[Notícia] Moradores convocam terceiro ato contra despejos em ocupações de Florianópolis

Ato contra despejos em ocupações de Florianópolis. Foto: Bárbara Fernandes

Nina Matos – Redação UàE – 21/09/2020

Nesta segunda-feira (21), moradores das ocupações de Florianópolis chamam a todos para o terceiro ato contra os despejos sumários, promovidos pelo Projeto de Lei Complementar (PLC) 1801/19. A concentração está marcada para às 16h, em frente a Catedral.

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O projeto, que prevê o despejo de “construções irregulares” sem ordem judicial, foi encaminhado em novembro de 2019 por João Batista Nunes, prefeito em exercício na época, e Everson Mendes, secretário municipal de administração.

Na última quarta-feira (16) voltou a tramitar na Câmara dos Vereadores em sessão online — procedimento que poderia ocorrer apenas em projetos relacionados ao combate à pandemia.

Em resposta ao retorno da tramitação, os moradores vêm convocando atos contra os despejos. O ato que ocorreu no dia 16 foi marcado por constante presença da Polícia Militar (PM), que agiu com violência contra os manifestantes, agredindo pessoas e utilizando de gás de pimenta e bombas de efeito moral.

A grande mídia catarinense constantemente busca formas de atacar e culpabilizar as ocupações. Recentemente, o jornal ND+ publicou relatórios onde comparava as ocupações dos morros de Florianópolis com a Rocinha, insinuando que são por causa das favelas que há degradação ambiental e disseminação de doenças, além da elevação do índice de criminalidade.

Contudo, o que a grande mídia esconde sob suas alegações é que são as grandes construções como a Marina da Beira-mar Norte e demais construções de luxo, como hotéis e beach clubs, que atropelam as leis ambientais, degradam a fauna e a flora da ilha e tornam-a cada vez mais excludente.

A PLC 1801/19 não busca resolver nem os problemas ambientais nem os da moradia de Florianópolis, mas sim criminalizar aqueles que encontram nas ocupações sua única forma de moradia.

O projeto de lei começará a ser votado, hoje, por volta das 17h. Como forma de se manter em luta, os moradores das 3 ocupações de Florianópolis, que reúnem cerca de 300 família, convidam todos a se encontrarem às 16h em frente a Catedral.