[Notícia] O Caixa 2 de Bolsonaro

Morgana Martins – Redação UàE – 19/10/2018

Nessa terça-feira, dia 16 de outubro, o jornal Folha de S. Paulo divulgou uma notícia tratando de que a campanha do candidato Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), recebeu doações de empresários para disparar mensagens em massa contra o Partido dos Trabalhadores (PT) no WhatsApp. Essa prática é considerada ilegal, pois se configura como doação de empresas, o que é proibido pela Justiça Eleitoral.

De acordo com as apurações realizadas, cada contrato realizado pode chegar a R$12 milhões. Uma das empresas compradoras é a Havan, empresa cujo dono, Luciano Hang, coagiu os trabalhadores para que votassem no candidato do PSL¹. Dentre as agências que prestam esse serviço estão a a Quickmobile, a Yacows, Croc Services e SMS Market. Na prestação de contas do candidato Jair Bolsonaro consta apenas pagamentos à empresa AM4 Brasil Inteligência Digital, captando R$115 mil para a campanha nas mídias sociais.

Essas agências conseguem burlar as limitações impostas pelo WhatsApp, gerando diversos códigos de números de área de diferentes países e, por isso, não são considerados como spam ao mandar mensagem a mais de 20 pessoas ou grupos. Além disso, conseguem se camuflar entre os grupos, tornando mais fácil de atingir cada público com conteúdos específicos. Muitas das mensagens tinham como objetivo destruir a reputação de Fernando Haddad e do PT.

Bolsonaro, diante das notícias reveladas sobre o assunto, realizou um pronunciamento ontem, quinta-feira (18), dizendo que não tem controle sobre aquilo que é postado sobre as campanhas, afirmando, até mesmo, que não precisa de notícias falsas contra a candidatura do PT para ganhar as eleições. O candidato afirmou também que a notícia, divulgada inicialmente pela Folha de S. Paulo, indica que esse jornal estaria ligado a candidatura de Haddad e que não possui provas sobre a acusação.

Ainda não existem conclusões para o caso, ele ainda continua sendo apurado e analisado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se for comprovado que Bolsonaro recebeu dinheiro de empresários e que isso influenciou os resultados das eleições, existem algumas possibilidades com relação a sua candidatura: a possibilidade de cassação do registro, caso seja ainda período eleitoral; impedimento da diplomação caso se eleja e seja responsabilizado após o pleito; ou a cassação do mandato, caso já esteja exercendo o cargo.

Porém, essa não é a primeira notícia com esse teor que envolve o candidato. Em 2014, concorrendo ao Partido Progressista (PP), ele afirmou que o partido recebeu propina de R$200 mil do grupo JBS. A declaração foi feita no Jornal da Manhã, no dia 23 de maio de 2017².

¹https://ufscaesquerda.com.br/noticia-dono-da-havan-coage-trabalhadores-a-votar-em-bolsonaro/

² https://www.youtube.com/watch?v=D62y7u04-U8

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