Imagem: Montagem UàE – Originais: Marcos Santos/USP e Slogan dos Metroviários de São Paulo
Flora Gomes – Redação UàE – 22/04/2021
Durante a pandemia da Covid-19, o setor de transportes, de maneira geral, não foi paralisado. Apesar destes trabalhadores ficarem extremamente expostos aos vírus ao longo desses meses, com atividades ininterruptas para cumprir com o transporte de trabalhadores e de mercadorias, tiveram pouca atenção por parte daqueles que reconheciam a importância de certos profissionais ao longo da pandemia. Tendo em vista essa condição, parte dos metroviários – incluindo os setores de limpeza e segurança – e ferroviários do estado de São Paulo, conquistaram sua inclusão ao grupo de prioritários para a vacinação contra a Covid-19. Contudo, outras categorias do mesmo setor, ainda seguem expostas e sem previsão de serem imunizadas.
O anúncio da inclusão destes setores nos grupos prioritários foi feito no último sábado (17/04), pelo governo do estado de São Paulo. A declaração foi realizada dias antes do início da greve unificada, agendada para a última terça-feira (20/04). A greve foi suspensa em assembleia realizada pela categoria na segunda (19/04). Em substituição a esta, foi aprovada a realização de um calendário de lutas:
- 20/4: fotos dos metroviários em protestos com cartazes
- 21 a 26/4: utilização de adesivos
- 22/4: Dia de Luta e de Luto, com utilização de camisetas e outras peças de roupas pretas e adesivos
- 26/4: Assembleia da Campanha Salarial
Nas últimas semanas, a categoria metroviária esteve realizando uma campanha de mobilização e sensibilização em relação à pandemia, com posts em redes sociais e utilização de camisetas pretas para simbolizar as perdas pela Covid-19. Segundo dados divulgados pelos sindicatos, em decorrência do Sars-cov-2 já foram a óbito 50 ferroviários e 24 metroviários.
De acordo com a gestão de João Dória (PSDB), serão imunizadas cerca de 9500 pessoas com idade igual ou superior a 47 anos. Estão inclusos, nesta faixa etária, todos os operadores de trens, de metrô e da linha CPTM, seguranças, técnicos de manutenção e trabalhadores da limpeza. Ainda ficaram de fora do plano cerca de 8200 pessoas que trabalham na linha de frente nesses setores, com idade abaixo dos 47 anos. Segundo o sindicato, a mobilização para que seja garantida a vacinação a eles continua.
Os ferroviários de São Paulo exigem ainda reajuste na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Além disso, no setor de transportes, os trabalhadores de aplicativos também têm se mobilizado tanto pela priorização nas vacinas, quanto pela melhoria das condições de trabalho fornecidas por esse tipo de vínculo. Na última sexta-feira (19/04), os trabalhadores de aplicativos tomaram as ruas de São Paulo com uma greve.