[Notícia] Polícia Federal executa mandados de busca e apreensão e condução coercitiva em nova investigação envolvendo a UFSC

José Braga – Redação UàE – 07/12/2017

Na manhã desta quinta-feira, 07 de dezembro, a comunidade universitária foi surpreendida com mais uma operação deflagrada pela Polícia Federal, em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU). Batizada de “Torre de Marfim” a operação executou 14 de mandados de busca e apreensão e 06 de condução coercitiva em investigação que apura desvios de verbas e fraudes em licitações em projetos vinculados a ao menos três fundações de apoio.

De acordo com o que pudemos apurar até agora o mandado de busca e apreensão emitido pela juíza Janaína Cassol Machado, juíza substituta da 1ª Vara Federal de Florianópolis centra-se em projetos que foram ou estão sendo coordenados pelos professores Amir Mattar Valente (docente do departamento de engenharia civil), Ariovaldo Bolzan (docente do departamento de engenharia química e de alimentos/vice-reitor da UFSC 2004-2008), José Carlos Zanini (docente aposentado do departamento de engenharia mecânica/vice-reitor da UFSC 1988-1992) e Clarilton Edzard Davone Ribas (docente do departamento de zootecnia) ; e em projetos que tenham feito pagamentos as empresas Tríplice Consultoria e Serviços (da qual Zanini é proprietário), RAF International CargoAttitude Viagens e Turismo e Metropolitana Viagens e Turismo.

A Polícia não divulgou as identidades daqueles que foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento. No entanto, pelo conteúdo do mandado entende-se que possam ser esses servidores e pessoas ligadas as empresas mencionadas. Não foram também divulgadas informações sobre a necessidade da condução coercitiva.

O mandado foi executado em pelo menos três fundações de apoio: a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômico (FEPESE), a Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (FEESC) e na Fundação de Amparo a Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU). Em relação aos contratos investigados há informações disponíveis apenas de um: trata-se de contrato 567/2012, da FAPEU com a empresa Tríplice Consultoria e Serviços (de Zanini) em projeto financiado pelo ministério da saúde para desenvolvimento de softwares.

O TCU apontou que este contrato foi superfaturado e a escolha da empresa irregular e com isso prevê a devolução de cerca de R$20 milhões. Os demais contratos investigados ainda não foram revelados, mas há indicações de que estejam vinculados a convênios de pesquisa com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Em entrevista coletiva ainda na manhã de hoje, o delegado responsável pela investigação Cristian Barth afirmou que esta teve início em 2014 motivada por relatório entregue a PF pelo gabinete da reitoria naquele momento. De acordo com Barth a operação centra-se em casos ocorridos de 2010 ao presente.

A reitoria divulgou em nota que não foi informada da operação de hoje e do objeto da investigação.

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