Montagem: Universidade à Esquerda
Nina Matos – Redação Universidade à Esquerda – 06/11/2020
Um incêndio na subestação de energia do estado do Amapá, na noite da última terça-feira (3), interrompeu o fornecimento de energia elétrica e água em 13 das 16 cidades do estado.
Até o momento, são mais de 750 mil habitantes afetados pela falta de energia, que impede também o abastecimento de água, tendo em vista que as bombas hidráulicas também são movidas à energia elétrica.
De acordo com diversos relatos veiculados nas redes sociais, alguns shoppings, postos de gasolina e aeroportos estão funcionando por geradores, o que tem gerado filas para entrada e cobrança pelo uso das tomadas para carregamento de eletrodomésticos, como celulares. Hoteis e moteis que estão funcionando com geradores também estão sendo procurados, muitos lotados já no segundo dia de apagão.
Foram afetadas também as redes de comunicação. De acordo com o relato de uma moradora:
“São 3 dias sem água, luz, serviço de telefonia e só internet da Claro funciona pelo que eu sei. Poucos postos de gasolina e farmácias que dispõem de geradores, então, as filas permanecem imensas. A fila da foto é para entrar no shopping. Todos os dias as pessoas se aglomeram para comprar alimentos, pois perderam a reserva da geladeira, e para recarregar celular e outros eletrônicos. A única rádio que funciona é a CBN. Isso quer dizer que os celulares são muito importantes para saber as notícias sobre retorno dos serviços, além disso, restam rádio à pilha e o rádio do carro.”
O prolongamento do apagão gerou filas também nos supermercados, especialmente para compras de gelo e água. Aliada ao calor da região, a falta de energia elétrica dificulta o armazenamento de alimentos perecíveis, como frutas, legumes, carnes e muitos derivados de proteína animal.
Apesar da grande busca, muitos estabelecimentos não abriram, alegando que devido ao não funcionamento dos sistemas as compras não podem ser computadas e as máquinas de cartão de débito e crédito não estão funcionando. A dificuldade de sacar dinheiro também gerou filas às poucas agências de bancos onde há geradores que garantam o funcionamento dos caixas automáticos.
De acordo com o governo estadual, o Gabinete de Crise do governo federal apresentou três planos para a solução do problema, sendo que o primeiro deles, que consistiria na recuperação de um dos transformadores danificados, deveria restabelecer 70% da energia do estado ainda esta semana. Os outros dois planos têm previsão de retorno para 15 e 30 dias, respectivamente.
O início do incêndio
Às 20:47 da última terça-feira (3), um incêndio atingiu a subestação da empresa Isolux, uma terceirizada, contratada pela União para atender o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Com o fogo, o desligamento da energia foi automático. Dos três transformadores da subestação, um foi completamente destruído e outro sofreu poucos danos, mas que ainda assim deixam-o inoperante.
O terceiro transformador, que não foi atingido, era um reserva que estava em manutenção desde o final de 2019. Dessa forma, todo o trecho Laranjal/Macapá foi afetado pela falta de energia.
As causas do incêndio ainda são desconhecidas e estão sendo apuradas pelo Ministério de Minas e Energia (MME).