Leila Regina – Redação UàE – 12/11/2018
Na última semana, terça-feira 06/11/2018, a Comissão Memória e Verdade da Universidade Federal de Santa Catarina (CMV-UFSC) realizou o evento intitulado “Comissão Memória e Verdade UFSC: Relatório Final. Descobrindo um passado que atravessa o presente”, o evento ocorreu no auditório do bloco B do CFH e foi coordenado pelo professor Jean Marie Alexandre Farines. A reapresentação do relatório visa divulgar este importante trabalho de memória e resgatar importância dos encaminhamentos sugeridos pelo relatório.
O documento já havia sido apresentado à comunidade em maio deste ano, àquela primeira apresentação contou com transmissão ao vivo que está disponível em: “Comissão Memória e Verdade da UFSC apresenta o Relatório Final”. Em setembro o mesmo relatório foi apresentado em sessão do Conselho Universitário (CUn/UFSC) onde foi aprovado por unanimidade. Na reunião ficou firmado o compromisso da criação de um comissão para encaminhar as recomeçadões presentes no relatório.
Comissão da Memória e Verdade UFSC
A CMV-UFSC, criada em 2014 pelo Cun, com o objetivo apurar e identificar atos arbitrários, violentos e de cerceamento das liberdades individuais e de direitos humanos na UFSC durante a ditadura de 64 a 88, trabalhou de 2015 a 2017 na pesquisa de fontes primárias e depoimentos.
O relatório final, com mais de 400 páginas, está fundamentado tanto em pesquisa documental em acervos de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Brasília: entre eles arquivos da UFSC, do SNI (Serviço Nacional de Informações), do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), jornais, artigos, livros e relatórios; como também em depoimentos de estudantes, professores e funcionários da UFSC na época. Foram 21 depoimentos individuais e 3 audiências públicas com 13 depoentes.
Além de resgatar a memória dos fatos ocorridos durante o período do regime de exceção no Brasil, o relatório indica encaminhamentos entre os quais estão: a publicação do relatório em livro, realização de um documentário, criação de um Acervo da Memória e dos Direitos Humanos e de um Memorial dos Direitos Humanos na UFSC, e a reavaliação de homenagens àqueles que comprovadamente realizaram perseguições durante a ditadura, além disso indica o encaminhamento do relatŕio ao ministério público para registro, apuração e responsabilização dos responsáveis por violações de direitos no períodos.
Essa revisão da nossa história é urgente e como indicado pelo coordenador da Comissão, professor Jean, pode inclusive decorrer disto a mudança do nome do campus universitário da trindade “Reitor João David Ferreira Lima” devido ao seu apoio ao regime, o relatório inclui o segundo capítulo sobre o reitorado de João Davi. O relatório cita um frase de Derlei Catarina de Lucca, estudante da pedagogia na época e ex- presa política: “Vale a pena lutar pela verdade”, e continua valendo.
Acesse a íntegra do relatório: Relatório Final da Comissão Memória e Verdade