Morgana Martins – Redação UFSC à Esquerda – 19/10/2020
Na última matriz de risco divulgada pelo estado de Santa Catarina, a região de Grande Florianópolis registrou nível gravíssimo de transmissibilidade de Covid-19. A metodologia indica que é considerado risco gravíssimo para essa situação, quando a variação dos casos semanais é acima de 15%. Na Grande Florianópolis, os casos aumentaram 40% no intervalo de uma semana.
A capital catarinense, que tinha 659 pacientes infectados na quarta-feira do dia 7 de outubro, viu esse número crescer, chegando a 957 doentes nesta sexta-feira (16). Hoje, segunda-feira (19), o número de casos ativos é de 1 106. O total de óbitos acumulados na região é de 142.
Na Grande Florianópolis, o total de casos já contabiliza 34 666. Os dados foram divulgados pelo governo do estado, que tem considerado a região como risco grave, escondendo a situação alarmante no caso da transmissibilidade.
A Grande Florianópolis ainda está sendo considerada como grave pelo governo do estado, ao invés de gravíssima, porque no quesito “Evento sentinela”, que considera o número de óbitos na semana a cada 100 000 habitantes, e “Monitoramento”, que aponta a capacidade de rastreamento dos casos e contatos, a medida é realizada por meio das notificações de casos positivos e negativos. A taxa de letalidade em Santa Catarina é de 1,26% e a mortalidade por milhão de habitantes de 414.
Porém, com uma taxa de transmissibilidade tão grande, pode-se ver facilmente aumentar a taxa de letalidade, já que o sistema de saúde não tem estrutura para acolher um grande número de casos, uma preocupação que era marcante no início da pandemia. Na Grande Florianópolis, dos 256 leitos ativos, apenas 119 estão livres, com uma taxa de ocupação de 53,4%. Em Florianópolis a taxa de ocupação é de 62,11%.
Segundo a prefeitura de Florianópolis, o aumento dos casos se deu por conta do aumento da testagem por parte da prefeitura e aumento de surtos em locais de trabalho e aglomerações de familiares que não moram na mesma residência. Porém, em relação às testagens, em notícia divulgada no mês de agosto SC testou apenas 5% da população, estando abaixo do índice nacional, de 6%. Atualizações dessa informação não foram encontradas.
Em relação ao segundo elemento, parece uma conclusão mais conveniente à prefeitura responsabilizar os indivíduos pela transmissão, enquanto não apresenta nenhuma perspectiva efetiva para conter a pandemia e a transmissão do vírus. A única certeza que se tem em meio a essa conjuntura, é de que a resposta para a contenção da pandemia não virá do governo. Nem mesmo a esquerda, ocupada com suas candidaturas, está sendo capaz de o fazer.