Luiz Costa – Redação UàE – 14/05/2018
A greve dos trabalhadores do Serviço Público de Florianópolis encerrou nesta sexta-feira (11) após completar 30 dias de resistência. Os servidores começaram a greve a fim de combater a privatização da gestão de serviços estatais de educação e saúde do município.
No dia 6 de abril o prefeito Gean Loureiro havia encaminhado, em regime de urgência, à Câmara de vereadores o Projeto de Lei que visava passar a gestão de creches em construção e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do continente a Organizações Sociais (OS).
Na quarta-feira da semana seguinte, dia 11, os trabalhadores da Prefeitura Municipal de Florianópolis, reunidos em assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (SINTRASEM), deliberaram entrar em estado de greve.
A greve durou exatos 30 dias, encerrando na última sexta-feira (11), e contou com intensa atividade dos trabalhadores paralisados e demais membros da comunidade de Florianópolis.
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A mobilização dos trabalhadores contou com diversos atos de manifestação em frente a Câmara de Vereadores, além de aulas públicas, panfletagens no centro da cidade e conversa com as comunidades da ilha.
A tarefa, entretanto, se mostrou difícil logo de início, afinal, o prefeito não poupou verba públicos para defender a narrativa de privatização. A prefeitura se utilizou de recursos, que deveriam servir à população, para promover anúncios nas páginas dos principais jornais da ilha, além de comerciais em emissoras de televisão e rádios e, também, na mídia impressa. Inclusive, a narrativa chantagista foi transmitida no horário nobre da Rede Globo.
O prefeito também se utilizou da justiça para criminalizar o movimento de resistência, ou seja, feriu um direito basilar de manifestar e fazer greve. A artimanha contou com a colaboração de ampla base dos vereadores da ilha, que se negaram qualquer forma de diálogo e debate com a população florianopolitana, ademais, percorrendo a pauta em caráter de urgência urgentíssima.
A proposta foi aprovada no dia 21 de abril, sábado e feriado de Tiradentes, em uma sessão que envolveu escolta policial, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Vários trabalhadores, trancados dentro da Câmara de Vereadores, passaram mal com os efeitos do spray e um trabalhador da Comcap foi preso durante o auge da sessão.
Foi um mês marcado pelo povo presente nas ruas denunciando os verdadeiros interesses dos vereadores com as Organizações Sociais. Encerrando a greve, mas não as atividades contra as OSs, a categoria retornou ao trabalho neste sábado (12).
Contra toda a conjuntura de ataques ao serviço público e aos direitos dos trabalhadores, Florianópolis se destacou com uma das maiores greves recentes do país.
Em meio a tamanha investida por parte dos interessados, o apelo à população por parte de prefeito Gean Loureiro para combater o movimento se destaque como um termo novo na política atual. Mesmo com a grandeza da mobilização dos servidores, a conciliação não se fez necessária para a concretização do projeto do prefeito.