Luiz Costa – Redação UàE – 13/06/2019
Na terça-feira (11), os trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis deflagraram greve sem data para acabar. A deliberação aconteceu após discussão em assembleia da categoria.
O serviço público municipal interrompeu o atendimento na primeira hora da quarta-feira (11). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (SINTRASEM), a decisão aconteceu após 40 dias tentando negociar com o prefeito, Gean Loureiro.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial para cobrir o aumento inflacionário e lutam pela melhoria nos postos de saúde, escolas, creches e CRAS, locais de trabalho onde sofrem séria falta de trabalhadores. Além de não atender as demandas de reajuste salarial, o prefeito se nega a realizar concurso público para diminuir a sobrecarga nos postos de trabalho.
Após mais de um mês na tentativa fracassada de negociar com a prefeitura, Gean convidou os trabalhadores para discutir novamente o assunto na sexta-feira (14), dia que acontece a Greve Geral em inúmeros setores da sociedade brasileira contra a Reforma da Previdência.
Para esclarecer as motivações da greve por parte dos trabalhadores da Prefeitura, o SINTRASEM divulgou uma Carta Aberta dos Trabalhadores da Prefeitura.
Leia a carta na íntegra:
“Morador de Florianópolis, você já deve saber que o trabalhador da Prefeitura entrou em greve na quarta-feira (12/6). Gean Loureiro e seus colegas da imprensa já se articulam para desmerecer o movimento, mas você sabe quais são os reais motivos da greve?
Veja o quanto aumentaram os preços do combustível, do aluguel, do transporte público. A cesta básica em Florianópolis é a quarta mais cara entre todas as Capitais.
E qual é a resposta do prefeito Gean Loureiro para isso? NENHUMA.
É isso mesmo: estamos em período de Data-base e já são mais de 40 dias de negociação sem nenhuma proposta concreta de reposição das perdas – nem mesmo para cobrir a inflação.
A categoria também aguarda o pagamento dos planos de carreira, e a Prefeitura deve parcelamentos da reposição das perdas 2016 e 2017.
Mas a política do Gean vai além. O serviço público da cidade, referência nacional há anos, vai de mal a pior.
Há escola prestes a desmoronar sendo interditada da noite pro dia; fezes de ratos em meio aos colchões das crianças e nos brinquedos das creches; falta de materiais pedagógicos; falta de medicamentos e de materiais para fazer curativos; número reduzido de trabalhadores sobrecarregando quem trabalha pela população.
É isso que o trabalhador que atende você no CRAS, no posto de saúde, na escola ou em qualquer outra unidade enfrenta diariamente: sobrecarga, falta de equipamentos e falta de valorização salarial.
Gean já está em campanha e prefere fazer ameaças ou descumprir até mesmo o que já foi acordado, enquanto gasta milhões com propaganda e com amigos empresários. São estes que financiam o governo e são estes que financiarão a campanha à reeleição do prefeito Gean Loureiro.
Estamos em greve e entendemos que isso pode afetar a sua rotina e seu planejamento. Mas é pela qualidade do serviço público que estamos lutando!
Serviço público é salário indireto para a população, que deixa de gastar com serviços privados caríssimos e ineficientes.
Se exigimos mais recursos para o serviço público é porque sabemos que a privatização e o sucateamento não interessam à população da cidade, mas apenas àqueles que querem se aproveitar do dinheiro público para lucrar ainda mais!”