Allan Kenji Seki – Redação UFSCàE – 18/05/2017
No último dia 10 de maio, Joesley e Wesley Batista compareceram pessoalmente ao gabinete do Ministro Edson Fachin para homologar suas delações à Procuradoria Geral da República (PGR). Nas delações foram incluídas as provas as quais o Jornal O Globo teve acesso e divulgou, parcialmente, o áudio no qual o presidente Michel Temer explicitamente determina que a JBS Foods continue pagando suborno para que o ex-deputado Eduardo Cunha e outros, não façam delações que comprometam a cúpula do governo Temer.
Na delação dos irmãos Batista, restou evidente que Michel Temer pessoalmente havia determinado que o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB/PR) resolvesse um assunto relacionado à holging que controla a JBS. Em seguida, a Polícia Federal produziu provas de que Rocha Loures recebeu R$ 500 mil enviados por Joesley Batista.
As denúncias envolvem o presidente Temer em seu momento de maior impopularidade, com 55% de respostas indicando que seu governo é ruim ou péssimo. Mas também atinge o governo federal no momento em que se preparava para desferir um duro golpe nas futuras gerações, abre-se, então, espaço para as incertezas sobre as reformas da previdência e trabalhista.
Atos foram imediatamente convocados, na noite de ontem (17/5), milhares de pessoas se reuniram na frente do Palácio do Planalto e na Avenida Paulista. A classe política brasileira mostra as caras: Temer arrastou Dilma para fora do Palácio para realizar as brutais reformas e estancar as investigações sobre corrupção dos partidos da direita. O governo já não é capaz de realizar nenhuma dessas sanhas.
Para hoje estão sendo chamadas centenas de atos pela esquerda, abrindo espaço para que as massas moralizem a política. Certamente uma pauta pode, hoje, unir o povo brasileiro: a queda de Temer.