[Notícia] Terceirizados da Petrobras são demitidos em meio à pandemia

Curitiba PR-14 02 2020-Petroleiros do Paraná fazem protesto pedindo a suspensão das demissões, em Araucária.Foto Gibran Mendes/Fotos Publicas

Helena Lima – Redação Universidade à Esquerda – 14/04/2021

O sindicato dos petroleiros do litoral paulista (Sindipetro-LP) divulgou, na última segunda-feira, dia 14, que as terceirizadas sob gestão da empresa de transporte e logística da Petrobras (Transpetro) estão demitindo os trabalhadores terceirizados durante a pandemia por serem do grupo de risco da covid-19.

As demissões de terceirizados estão acontecendo desde o início da pandemia em diversas plataformas, apenas entre janeiro e junho de 2020, 56.473 trabalhadores foram despedidos na Petrobras. Além das demissões, os trabalhadores enfrentam redução no salário, aumento da jornada de trabalho e falta de transparência sobre os contaminados com o vírus.

Os responsáveis pelo Recursos Humanos da Transpetro responderam, em reunião, que os petroleiros que eram grupo de risco estavam trabalhando em casa com redução do salário e, em alguns casos, após “análise de risco” realizada pela empresa, retornavam ao trabalho presencial. Para os trabalhadores em relação indireta com a empresa, vinculados às empresas terceirizadas, existe outro filtro: aqueles que possuírem doenças graves ou estiverem na faixa etária de risco são mandados embora.

Para além de demitir os trabalhadores mais precarizados no momento, que serão obrigados a expor sua vida para procurar empregos em uma conjuntura que o desemprego assola o país; aqueles que permanecem na empresa estão escondendo seus problemas de saúde para não serem demitidos, e enfrentando a loteria do trabalho presencial.

Na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, as novas contratações estão passando por um “pente fino”, e somente aqueles menores de sessenta anos que são admitidos.

Ao mesmo tempo, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná, os petroleiros estão organizando uma greve sanitária, pela suspensão da atividade presencial em decorrência da grave crise sanitária. Já foram registradas três mortes na unidade e até então nada foi feito.

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