Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios em Benfica, zona norte da cidade, durante a greve decretada após assembléia geral dos trabalhadores (Fernando Frazão/Agência Brasil)

[Notícia] Trabalhadores dos Correios continuam em greve no país

Centro de Tratamento de Encomendas dos Correios em Benfica, zona norte da cidade, durante a greve decretada após assembléia geral dos trabalhadores. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Morgana Martins – Redação UàE – 20/08/2020

Nesta segunda-feira (17), cerca de 100 mil trabalhadores dos Correios de todo o Brasil deliberaram greve nacional em suas assembleias, organizadas pelos sindicatos filiados. A greve iniciou no dia seguinte, terça-feira (18), parando as atividades dos Correios por tempo indeterminado, contra a privatização, contra retirada de direitos e contra a negligência com a saúde dos trabalhadores em tempos de pandemia. 

A mobilização unifica as duas federações da categoria: Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) e Federação dos Trabalhadores em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos  (FENTECT). 

Segundo a FENTECT, o primeiro dia de greve contou com adesão de 70% dos trabalhadores em todo o Brasil, o que abrange cerca de 70 mil trabalhadores, o dia foi marcado por atividades em todo o país. A Federação estima mais de 35 mil funcionários dos Correios paralisados no chamado Corredor Comercial, onde circula a maior receita dos Correios e abrange estados como SP, RJ, MG, PR e RS, que juntos agregam mais de 50 mil trabalhadores.

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT), a tentativa de diálogo com a direção dos Correios em torno da pauta de negociação não foi acatada. A categoria foi surpreendida com o anúncio de que desde o dia 1° de agosto seria revogado o Acordo Coletivo (que estaria em vigência até 2021). Foram retiradas 70 dos 79 pontos da convenção coletiva, como 30% do adicional de risco, vale alimentação, auxílio creche, indenização de morte, entre outras.

Os trabalhadores denunciam que esses pontos do acordo retirados se tratam de uma investida do governo de Jair Bolsonaro para fazer avançar seu projeto de privatização dos Correios. A companhia pública é uma das estatais cujo projeto do governo federal busca privatizar, junto do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Eletrobrás, Casa da Moeda, Telebrás, entre outras.

O presidente da União dos Trabalhadores Bolivarianos dos Correios da Venezuela (STTP), Roger Jiménez, manifestou no dia 18 de agosto sua solidariedade com a greve dos trabalhadores dos Correios no Brasil, afirmando que a Venezuela também se une às ações de greve e rechaça as medidas neoliberais de Bolsonaro. 

Confira 70 pontos que versavam sobre direitos da categoria que foram retirados do acordo:

– Plano de saúde

– Vale cultura

– Anuênios

– Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC)

– Adicional de atividade de tratamento (AAT)

-Adicional de atividade de guichê (AAG)

– Alterar a data do dia do pagamento

– Auxílio de dependentes com deficiência

– Pagamento de 70% a mais da hora normal quando há hora extra trabalhada

– Reembolso creche

– Pagamento de 70% das férias

– Aumento no compartilhamento do ticket

– Licença maternidade de 180 dias

– Fim da entrega matutina

– Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS

– Ticket nas férias

– Ticket nos afastamento por licença médica

– Vale peru

– Para motoristas é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito

– Indenização por morte

– Garantias do empregado estudante

– Licença adoção

– Acesso as dependências pelo sindicato

– Atestado de acompanhamento

– Fornecimento de Cat/ Lisa

– Itens de proteção na baixa umidade

– Reabilitação profissional

– Adicional noturno

– Repouso no domingo

– Jornada de 40hs

– Pagamento de 15% aos sábados

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