Morgana Martins – Redação UàE – 07/08/2020
Diversos tripulantes da Latam Brasil realizaram protestos ontem, quinta-feira (6), contra as demissões anunciadas pela empresa no final de julho. A manifestação ocorreu no aeroporto de Guarulhos, iniciada em frente ao check in da Latam.
Os trabalhadores da Latam também protestaram contra a ação da empresa de vincular um acordo de redução temporária de jornada e salário com estabilidade por 18 meses a uma redução permanente de salário ao final desse período.
Com gritos de “ninguém desembarca”, “não às demissões” e “se a crise é temporária, por que a redução é permanente?”, os tripulantes manifestam sua indignação frente a postura da empresa, a qual empurra para os trabalhadores a redução dos custos, sendo que, segundo a categoria, os salários representam apenas 8% dos custos da Latam Brasil.
Confira uma gravação da manifestação.
A companhia aérea enfrenta dificuldades por causa da crise econômica; em maio, a Latam solicitou proteção contra falência no país. No dia 31 de julho, a empresa informou que iria iniciar um processo de demissão de, no mínimo, 2,7 mil pilotos e comissários. O corte equivale a 38% do total de tripulantes, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A empresa também abriu até o dia 4 de agosto um programa de demissão voluntária, o qual teve, segundo a empresa, 345 adesões.
Além disso, o SNA anunciou que, em votação online realizada do dia 23 a 27 de julho, os tripulantes associados da Latam Airlines Brasil rejeitaram as propostas de novos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) apresentadas pela empresa.
O acordo que a Latam propunha continha redução de jornadas e de salários dos trabalhadores e garantia de empregos por 18 meses. Somado a isso, a proposta tratava também da possibilidade de acordos específicos sobre a mudança permanente na forma de remuneração após a pandemia.
Os resultados da votação foram os seguintes:
– Comissários: 88,6% de votos contrários à proposta, e 11,4% de votos a favor;
– Copilotos: 88,9% de votos contrários, e 11,1% de votos a favor;
– Comandantes: 89,3% de votos contrários, e 10,7% de votos a favor.