Imagem: Cartaz colado pelos estudantes na UFSC campus Araranguá. Foto: Fabiane Perondi.
Caroline Custódio – Redação UFSC à Esquerda – 13/04/2022
O campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que se localiza em Araranguá está sem Restaurante Universitário (RU) para a comunidade acadêmica. A previsão era de que a política retornasse a funcionar na última segunda-feira (11), porém a reitoria voltou atrás deixando na mão aqueles que já contavam com o RU.
Dentre os afetados pela ausência do RU, os estudantes estão entre os que mais são afetados sem essa política de permanência. A alimentação ofertada pela universidade é fundamental para que os estudantes possam experienciar a vivência universitária de forma integral e desenvolver conhecimento científico.
Agora, com o preço dos alimentos nas alturas, a ausência de uma política de alimentação segura se impõe de forma ainda mais dura.
O retorno das atividades de ensino de forma presencial está agendado para começar em 18 de abril, porém os estudantes já se encontram na cidade de Araranguá, uma vez que seu retorno precisa ser planejado. Além daqueles que, mesmo sem aulas presenciais, já ocupam o campus desenvolvendo outras atividades de pesquisa e extensão.
A necessidade de garantia de alimentação precede o início das aulas presenciais, tanto por razões de planejamento daqueles que retornam, quanto por conta de atividades acadêmicas que seguem ocorrendo – presencial ou remotamente.
No dia de ontem (12), os estudantes se fizeram presentes no campus e espalharam cartazes pela universidade: “Sem RU sem permanência”; “Permanência Estudantil é o mínimo, queremos RU”; “Queremos comer”; Quem ganha com minha fome?”, foram algumas das mensagens de indignação e reivindicação que os estudantes espalharam pela universidade.
Em relato ao UFSC à Esquerda, estudantes apontaram que já fizeram o que era possível nos órgãos deliberativos da universidade, como Conselhos de Unidade, em que ocupam cadeiras de representação discente. Mas a Direção segue se eximindo de sua responsabilidade. O medo é que as aulas retornem sem Restaurante.
Em nota, a Direção do Campus Araranguá, ocupada atualmente por Eugênio Simão, justificou a não abertura do RU em 11 de abril “devido a problemas recentes ocorridos na infraestrutura do prédio alugado”. A reabertura foi agendada para 18 de abril, mas os estudantes seguem inseguros quanto a isso, uma vez que a reitoria já deixou de cumprir com o acordado antes e parece não haver um compromisso com os estudantes e construção de políticas de permanência.
Ao UFSC à Esquerda, a estudante de fisioterapia Fabiane Perondi, que vem participando da construção das mobilizações na UFSC Araranguá, relatou que
“Inúmeros estudantes já estão na cidade desde o ano passado. O restaurante universitário é a principal política de permanência estudantil da universidade e é muito triste que estejamos desamparados num dos momentos mais difíceis a nível nacional. A universidade deveria ter encontrado alternativas pra oferecer alimentação aos estudantes durante a pandemia e é inadmissível que o semestre seja iniciado sem RU. Todos sabemos que os preços do mercado aumentaram exorbitantemente, e muitos estudantes que estão retornando agora simplesmente não tem condições de se alimentar.”
