Imagem: Marielle Franco; Fonte: Mídia Ninja
Beatriz Costa – Redação Universidade à Esquerda – 19/07/2021
O assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, ainda possui perguntas em resposta. Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos como os assassinos de Marielle e de Anderson e vão a júri popular, ainda não marcado. Porém o mandante do assassinato ainda é desconhecido.
Junta-se a isso as questões em relação à morte e do ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, em fevereiro de 2020. A versão oficial é de que ele foi morto em uma troca de tiros com a polícia, porem a família afirma que ele foi torturado e executado como forma de “queima de arquivo”. Adriano era suspeito do assassinato de Marielle, porém essa hipótese foi descartada pelos investigadores.
Agora a viúva de Adriano, Julia Mello Lotufo, afirma que sabe quem foi o mandante da morte de Marielle e Anderson e negocia sua delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro. Julia propôs a colaboração com o objetivo de conseguir a revogação das medidas restritivas que enfrenta, já que está em prisão domiciliar e com tornozeleira eletrônica.
Ela afirma que Adriano não teve participação na morte da vereadora, mas teria sido procurado por integrantes da milícia que atua na comunidade da Gardênia Azul para preparar um plano para o assassinato, o que ele teria recusado, pois achou a ideia arriscada de mais, por se tratar de uma parlamentar.
O motivo do assassinato seria que a atuação da vereadora estaria colocando em risco as atividades da milícia nas comunidades de Gardênia Azul e Rio das Pedras. O ex-vereador Cristiano Girão seria um dos chefes da milícia em Gardênia Azul, segundo informações da revista Veja.
O MP do Rio ainda não respondeu se aceita ou não a delação, porque alguns promotores demonstram preocupação com a inconsistência e falta de provas nos relatos de Julia Lotufo.