Por Maria Alice de Carvalho da redação do UàE – 23/02/2018
Na última semana, a cidade de Florianópolis foi palco de diferentes acontecimentos de violência envolvendo ataques da Polícia Militar; desde terça-feira (20/02) os cidadãos da capital estão presenciando (sem maiores informações) ônibus e carros queimados, presença constante da Polícia Militar, tiroteios e mortes em diferentes bairros.
Na tarde de terça-feira (20/02), começou a circular a notícia de que haviam ônibus e carros queimados pela cidade, além das notáveis sirenes de carros da PM e do barulho constante dos helicópteros que sobrevoavam a região em volta da UFSC; sem saber do que realmente se tratava e preocupados com a forte presença da Polícia Militar, os cidadãos evitaram sair de suas casas e ficaram se questionando sobre a causa de tal violência.
No dia seguinte, a informação dada pela Polícia Militar e pela Secretaria do Estado da Segurança Pública é a de que na madrugada entre segunda e terça-feira a PM apreendeu armas de uma facção no Morro do Mosquito (Norte da Ilha), o que mobilizou a facção rival a atacá-la com o intuito de conquistar o território para venda de drogas. Os ataques nas outras regiões da Ilha, ainda segundo a PM e a Secretaria do Estado da Segurança Pública, seriam estratégias da facção de despistar as viaturas da região Norte; porém os atos de violência não se limitaram a este caso.
Na manhã de quinta-feira (22/02), após o Coronel Araújo Gomes assumir oficialmente o Comando Geral da Polícia Militar, policiais seguiram em forma simbólica para operações com foco nas regiões Norte e Continental da capital catarinense. Neste ato simbólico de representação da maior presença da PM em regiões vulneráveis, como assim denominou o próprio Coronel Gomes, dois homens foram presos, uma adolescente foi apreendida e um suspeito, Valdemir Fiuza Barce de 24 anos, foi morto no Morro do Caju (Bairro Saco Grande); no Morro do Mosquito cinco casas abandonadas foram destruídas com a ajuda da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).
Em resposta às ações da PM, um caminhão foi incendiado e a base da PM foi atacada no bairro Monte Verde, além de disparos contra o prédio do Ministério Público Federal (MPF) na Avenida Beira-Mar Norte.
Na manhã desta sexta-feira (23/02), a PM iniciou a operação Drive Drugs no Morro do Horácio e Morro do Macaco, ambos no bairro Agronômica, na qual três procurados foram presos, Elvis Rocha da Silva foi morto, um menor foi apreendido e três pessoas foram presas em flagrante. Os cidadãos que presenciaram as ações relataram extrema violência por parte de policiais e que estes inclusive depredaram objetos de residências que não tinham relação alguma com a situação.
Essas operações têm em comum o objetivo de controlar o crime organizado, combater o tráfico de drogas, apreender armas de fogo e recapturar foragidos: são essas as justificativas dadas pela PM por trás de todas essas ações violentas. Ações essas que terão continuação através do contato entre prefeituras e assistência social[1].
O cenário de extrema violência na capital catarinense, o qual coincidiu com a Intervenção Militar no Rio de Janeiro, deve nos levar a pensar para além dos dados aqui apresentados e das justificativas dadas pela PM; deve nos levar a questionar se a violência nas áreas periféricas da capital se limitam ao suposto extermínio do tráfico de drogas e à promoção de segurança da população de áreas mais vulneráveis.
Já é possível escutar em comentários pelas ruas e em conversas de ônibus sobre a (a)típica ação policial na cidade de Florianópolis e sobre qual seria o motivo de tal desumana violência.
Em que planeta vocês estão que não conseguem ver a ação da polícia como necessária e infelizmente quase tardia? É muito fácil uma cidade como Florianópolis ficar pior que o Rio de Janeiro com uma polícia pacífica e um população alienada, que faz questão de fechar os olhos para o que acontecendo por toda a cidade.
A materia é manipuladora e quase cômica!
A polícia militar há muito manipula dados e coloca panos quentes em problemas para que a população se sinta segura mas a realidade já não nos permite deixar correr frouxo.
Sou carioca, moro em Floripa há 3 anos e se não for agora, nunca mais a Grande Florianópolis terá uma noite ou um semáforo de sossego.
Vocês não fazem a menor ideia do que seja “desumana violência”.
Para padrao bananense o centro oeste catarinense ainda é bom. Alguns lugares do Rs (cidades pequenas da serra, campanha e norte do estado) E no Pr tambem tem microregioes boas