Imagem: montagem UàE
Júlia Vendrami – Redação UFSC à Esquerda – 09/03/2022
Aqui em Florianópolis, mulheres estão à frente de diversas lutas, como mostra a marcha do 8M que tomou as ruas do centro da cidade na noite de ontem. Lutas relacionadas ao direito à cidade, fortalecimento do SUS e legalização do aborto são apenas algumas das que têm intensa atuação feminina na cidade.
No ambiente da UFSC, faço parte do movimento estudantil atuando na Associação de Pós-graduandos da UFSC (APG) e não imagino maneira melhor para marcar o dia 8 de março do que comemorando uma conquista de uma luta protagonizada por mulheres.
Hoje na APG nós lutamos pelas condições de retorno presencial na UFSC, lutamos por alimentação de qualidade a baixo custo para as e os estudantes que, assim como maior parte da sociedade brasileira, estão buscando formas para sobreviver com cada vez mais dificuldade, devido ao aumento generalizado do custo de vida que temos vivido nessa crise. A luta por condições para viver e estudar é tão básica quanto poderosa, ela move as pessoas porque é o que elas sentem na pele, no cotidiano. A luta urge conforme se amplia a degradação das condições de vida da classe trabalhadora.
Em uma audiência realizada na última segunda-feira à tarde, dia 7 de março, a reitoria da UFSC anunciou que o Restaurante Universitário (RU) reabrirá na semana que vem servindo marmitas para estudantes de pós-graduação no almoço e na janta. Sabemos que a medida é insuficiente, pois não contempla os estudantes de graduação, Colégio Aplicação, Núcleo de Desenvolvimento Infantil e nem dos demais campi da UFSC. Mesmo assim, comemoramos a conquista do movimento que foi organizado pela APG, pois até aquele momento não tínhamos nenhuma notícia do retorno do RU.
Sinto muito orgulho de dizer que na APG as lutas vêm sendo encabeçadas por mulheres fortes, companheiras que não temem dizer o que precisa ser dito, fazer o que precisa ser feito, enfrentar as adversidades com afinco e coletivamente, com o objetivo de caminharmos juntas em direção a uma sociedade que seja radicalmente diferente no futuro. Olho para o lado e me vejo na Amanda, na Luísa, na Lisa, na Natália, na Jaqueline, assim como em todas as que militam de forma destemida no movimento estudantil no âmbito da graduação, como a Rita que, a partir de sua atuação no Centro Acadêmico Livre de Psicologia, não tem medido esforços para contribuir com as lutas na universidade.
Também me espelho nas companheiras que estiveram conosco nas lutas da APG no ano passado, como a mobilização contra o corte de bolsas e a luta contra as reformas na pós-graduação. Ana e Mariana foram e continuam sendo importantes referências na APG. Ainda, as mulheres lutadoras que tenho ao meu redor excedem muito as que foram citadas aqui.
São companheiras como vocês, com as quais também posso discordar, debater, criticar, com as quais posso trocar informações, dialogar, chegar em acordos e convergências a partir de diálogos honestos, que instigam a minha determinação. A nossa relação de companheirismo me impele a seguir lutando.
Tenho certeza que ainda enfrentaremos muitos desafios juntas, que teremos muitas batalhas a travar em direção ao socialismo, conto com vocês para estarem junto comigo e podem contar comigo para estar junto com vocês.
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