Foto: UFSC à Esquerda
Clara Fernandez* – Redação UàE – 16/09/2019
Uma nova semana de greve se inicia na UFSC e a comunidade universitária tem enfrentado de forma corajosa o desafio de tomar em suas mãos a luta pela Universidade Pública, nós estamos dando exemplo. Na última semana, diversos estudantes se dispuseram a iniciar a construção de seus calendários, a debater o papel e a forma da greve, em diversos meios de comunicação dos cursos é possível ver a divulgação de cronogramas e atividades para serem realizadas ao longo da semana. O movimento que aqui iniciamos está inspirando o restante do país a acreditar na construção de uma Greve Nacional na Educação.
Um avanço significativo foi conquistado neste final de semana com os resultados da plenária da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos das IFES (Fasubra), que ocorreu em Brasília: O debate da Greve por tempo indeterminado irá para todas as bases de Técnicos Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino!
Também teremos hoje uma importante assembleia de docentes, que ocorre no auditório do Centro de Comunicação e Expressão, com início às 09h. Essa assembleia é fruto da demanda docente por construir o que a Assembleia Universitária pautou, à revelia do engessamento da direção da Associação de Professores da UFSC.
Algumas outras Universidades estão apontando o início da construção de uma greve por tempo indeterminado, como é o caso da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pós-graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da PUC de São Paulo.
Também na luta contras as políticas de privatização de Bolsonaro e Guedes, os trabalhadores dos Correios deflagaram greve nacional na última semana. Além disso, está havendo mobilização do setor de transportes em São Paulo, contra a diminuição de frotas e pela manutenção dos postos de trabalho dos motoristas de ônibus. Aos poucos, lá e cá, vão despontando centelhas que nos demonstram que não precisamos aceitar de forma melancólica o projeto de sustentação da crise que Bolsonaro e os capitais querem impor para a nossa classe.
Temos uma força enorme na Universidade hoje, cerca de 70 cursos em greve! Se formos capazes de concentrar toda essa energia e superarmos as fragmentações que a setorização por Centros de Ensino e campis nos impõe – a divisão por Centro de Ensino, em especial, foi implementada pela ditadura militar empresarial para desarticular os conhecimentos e as mobilizações universitárias durante a década de 60 – , podemos tanto ajudar nossos colegas que têm se deparado com algumas dificuldades na construção da greve, quanto esparramarmos nossos esforços na construção da greve nacional da Educação!
*O texto é de inteira responsabilidade da autora e pode não refletir a opinião do Jornal.