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Amanda Alexandroni* – Redação UFSCàE – 08/11/2021
A Associação de Pós-Graduandos da UFSC (APG-UFSC) realizará hoje (08/11) assembleia para definir os rumos da entidade. Estão em pauta a avaliação e o encerramento da Gestão Assum Preto. A assembleia é um espaço com atribuições políticas superiores à gestão e que portanto é de extrema importância ao corpo estudantil da Pós-Graduação.
A gestão Assum Preto foi eleita em 2019. Em razão das incertezas da pandemia e da condição do Ensino Remoto, ela foi estendida por mais um ano em 23/11/2020. Nesta data, além do prolongamento foram discutidas as atividades realizadas até então. A gestão havia passado por um breve período de atividades presenciais e, logo com o início da pandemia, realizou atividades remotas.
Após o prolongamento da gestão em 2020, diversas atividades foram articuladas. Ao longo deste ano, os/as estudantes da pós travaram uma importante luta pelo financiamento à pesquisa na pós-graduação, debatendo em reuniões ampliadas as implicações da ausência de bolsas e da falta de autonomia universitária na determinação orçamentária das pesquisas da Pós-Graduação. Neste movimento, realizou-se um ato presencial na UFSC para chamar atenção para a pauta.
Além disso, a entidade se mobilizou fortemente contra a aprovação das reformas nas Resoluções Normativas (RN) 095 e 015. As propostas foram apresentadas no Conselho Universitário como meras adequações técnicas ao Conselho Nacional de Educação e à CAPES. A APG buscou realizar o debate político, questionando o fato de que reformas consistentes estavam em vias de execução, sem que houvesse amplo conhecimento da comunidade universitária, sem que posições divergentes na comunidade científica fossem levadas em consideração e sem que a Reitoria apresentasse justificativas do porquê escolheu pautar tais reformas em meio à pandemia e ao drástico corte de financiamento da pesquisa e das universidades públicas. A RN 015, que inclui a proposta de cobrança de mensalidades na pós-graduação lato sensu, foi retirada da pauta do CUn e a reitoria seguiu com as mudanças na RN 095. A APG pediu vistas do processo, realizou uma intervenção presencial na Universidade durante a sessão do Conselho em que o parecer foi apresentado e articulou com outros setores da universidade um movimento contra a reforma completa da Pós-Graduação que se apresentava com a resolução. Apesar da aprovação da pauta, diversos setores puderam se envolver neste processo que continua em curso na universidade, uma vez que o debate chegará agora nos colegiados de curso. Foi com essa temporalidade em vista que a entidade realizou mais uma reunião ampliada em 25/10 sobre o tema.
Outra pauta importante na qual a gestão se envolveu é a da reforma do prédio do Convivência na UFSC. Os membros buscaram levantar discussões com os setores envolvidos com a reforma, resgatando a história do prédio e as possibilidades frente às necessidades estudantis.
Por fim, a entidade realizou dois eventos de formação e debate. Para contribuir com as discussões sobre as bolsas, foi realizado em 06/07 o evento “Por que lutar pelo Fora Bolsonaro e a pesquisa brasileira?”. Já em setembro, tendo em vista os projetos do Reuni Digital, as reformas nas RN 095 e 15 que dão abertura para que aulas, demais atividades formativas e de reuniões online na pós-graduação permaneçam sendo realizadas remotamente mesmo com o fim da pandemia e a proposta de hibridização do ensino, que está em discussão na Câmara da Graduação da UFSC, foi feito um debate junto a vários centros acadêmicos de graduação com a pauta do ensino remoto e do tipo de transformação que ele implica para a universidade pública.
A atuação da entidade nestas e outras pautas poderão ser discutidas na assembleia de hoje, de forma que os estudantes da pós-graduação possam pensar a relevância e centralidade das pautas e lutas que vêm travando nos últimos anos e, consequentemente, qual o destino da política da entidade e do movimento estudantil de pós-graduandos na atual conjuntura da UFSC e das universidades públicas no geral, junto aos outros setores da universidade.
Além da avaliação, também está em pauta o encerramento da gestão. Caso a assembleia decida pelo fim da gestão que teve início em 2019, na mesma assembleia é iniciado o processo eleitoral. Para isso, é constituída a Comissão Eleitoral responsável pelo processo e, em seguida, é elaborado o Regimento Eleitoral, documento guia para as atividades relacionadas ao processo eleitoral. Nesse ínterim, o papel da Comissão Eleitoral é garantir a transparência do processo, assegurando que a(s) chapa(s) possa(m) participar do processo com as condições materiais e políticas adequadas.
A assembleia irá ocorrer hoje (08/11), às 19h, neste link: https://meet.google.com/biw-euzi-tek
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