Gustavo Bastos* – Redação UFSC à Esquerda
Atualizada as 23h48 de 08/12 – atualização entre colchetes.
Errata: A reunião com a reitoria pela manhã foi encaminhada em assembleia para negociar faltas e não realização de atividades avaliativas no dia de mobilização, entretanto, esse tema como pauta de reunião não foi abordado na notícia publicada pela UFSC.
Hoje foi um dia intenso de lutas na UFSC, na pauta de mobilizações está o atual corte de recursos que a educação superior enfrenta. Só na UFSC são milhares de estudantes de graduação e de pós-graduação que ficarão sem bolsas de pesquisa, de estágio, bolsa permanência. Além de a universidade não ter verba para absolutamente mais nada.
Durante a manhã de hoje (08/12), estudantes e direções de centros acadêmicos de diversos cursos estavam mobilizados realizando piquetes, para paralisar as atividades da universidade – aderindo ao chamado nacional da UNE. Importante destacar que tanto a paralisação, quanto os piquetes foram decisões encaminhadas em assembleia geral da graduação que aconteceu ontem (07/12), convocada pelo DCE. Afinal, a avaliação foi sobre a necessidade de chamar atenção para o grave problema que as universidades e a educação enfrentam no Brasil.
Durante essas mobilizações de hoje, ainda pela manhã, a direção da gestão atual do Diretório Central dos Estudantes, “Só a luta muda a vida”, reuniu-se com a reitoria com o pretexto de negociar a não cobrança de faltas e realização de avaliações no dia de mobilização. [Depois da reunião com a reitoria a gestão do DCE realizou uma reunião sem divulgação e decidiu que desmobilizaria os piquetes as 14h.] Que haveria nesta reunião que nenhum estudante mobilizado nos piquetes ficaria sabendo? Sequer sabia-se que o assunto viria a ser tratado.
Atônitos, os estudantes tomaram conhecimento da reunião pela página de notícias oficial da UFSC após ela já ter ocorrido, a notícia afirmava textualmente que “Os estudantes defenderam politicamente a mobilização mas concordaram em flexibilizar os bloqueios de vias públicas para a passagem de veículos de abastecimento do Restaurante Universitário e de transporte de materiais relacionados à preparação do Vestibular. Também se comprometeram a não realizar bloqueios de vias públicas e nem de edificações na sexta feira”. Em outro trecho a notícia ainda afirma: “Mais tarde, informaram à Reitoria que os bloqueios seriam mantidos até às 14h“:
Após a péssima repercussão da notícia no movimento estudantil, a qual foi repercutida pelo UFSC à Esquerda, após checagem, inclusive com membros da diretoria do DCE [sobre a desmobilização dos piquetes], estes começaram a negar veementemente que na reunião havia sido realizado algum acordo sobre os piquetes que estavam sendo mantidos pelas bases mobilizadas dos cursos. Alguns diretores da entidade passaram a atacar o jornal UFSC à Esquerda, acusando-nos de mentirosos por veicular notícia publicada pela própria universidade e checada com membros da gestão do DCE. Com isso, a notícia foi reeditada e alterada no site institucional, porém sem conter qualquer informe de errata ou indicando modificações, como é possível checar nas imagens acima.
Teria o UFSC à Esquerda que explicar o teor das reuniões ou a direção do Diretório Central dos Estudantes e a reitoria? Se havia necessidade de reunião com a reitoria de forma urgente em dia de paralisação e piquetes encaminhados em assembleia geral, por que a direção do DCE não convocou a reitoria para dialogar com os estudantes mobilizados nos próprios piquetes? Por que nenhuma outra entidade estava presente ou mesmo informada? Por que os estudantes das bases só tomaram conhecimento após a ocorrência da reunião e por que soube-se dela pela reitoria? Por que se comprometeram, a portas fechadas, em não fazer piquetes na sexta-feira se a assembleia do último dia 07 deliberou por paralisação também naquele dia? Essa decisão deveria passar pelas bases ou nesta reunião entre direção do DCE? A reitoria mentiu no conteúdo publicado na primeira versão da notícia, antes da repercussão negativa?
Há muitas questões em aberto e há muito o que explicar.
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