Imagem: quadro “O Operário”, de Cândido Portinari
Clara Fernandez – Redação UàE – 13/07/2017
Desesperadamente procurando emprego,
Em tempos de devastação severa para nós
trabalhadores, estudantes e lutadores.
Minuciosamente cavocando esperança,
em tempos de desilusões paralisantes
na construção de um novo horizonte.
Não há tempo para a família e as amizades,
os amores não vem e nem vão.
A dívida do banco bate à porta
e o prazo do aluguel também.
Você não tem emprego, mas seu eterno patrão
te espera todo décimo dia útil do mês.
Patrão banco, patrão capital financeiro.
Uma geração que corre sem muito fôlego,
para não se ver presa no tempo, nos boletos, nos juros,
nas unhas gananciosas que lhes arrancam qualquer vestígio de direito.
O que resta de público? Só o endividamento.
A máquina de moer gente segue a todo vapor.
Onde está a força e energia necessária para quebrá-la?