Usuário do transporte público do DF, aderem ao uso de máscaras descartáveis por precaução contra o coronavírus

Regiões catarinenses voltam ao estado Gravíssimo de risco após retomada do transporte coletivo

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Martim Campos – Redação UàE – 13/08/2020

Após o retorno do transporte coletivo nesta segunda-feira (10) na Grande Florianópolis, a avaliação no boletim da Central de Operações de Emergências em Saúde (COES) no período entre o dia 04 de agosto para o dia 11 apontou para um retorno do estado de Alerta Gravíssimo na transmissão do Covid-19. O boletim inclui as cinco regiões de Alto Uruguai Catarinense, Grande Florianópolis, Laguna, Serra Catarinense e Xanxerê, que voltaram para a reclassificação de Risco Grave para Gravíssimo. Três das regiões que entraram na situação grave e optaram pelo retorno do transporte coletivo, teve seus números de caso aumentados, distinto da região de Planalto Norte, por exemplo, que manteve suspenso o transporte público e não sofreu alteração no número de Risco Potencial. 

Em todo estado não há nenhum município sem registro de casos de contaminação por covid-19, e já são 112,4 mil pessoas diagnosticadas incluindo 1,6 mil que morreram pela doença. Em Florianópolis, segundo o Covidômetro, já são 8,6  mil casos registrados na cidade, 88 óbitos e mais de 79,9% dos leitos estão ocupados.

Ao observar a tabela com os dados da Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), quando comparados os dois níveis de risco, vemos que o nível gravíssimo têm na média das dimensões consideradas um valor maior que 3. Já regiões graves que estão em laranja tem em sua maioria valor 3, um número muito próximo de uma possível reclassificação para gravíssimo. 

A mudança que fez com que as regiões de nível gravíssimo passassem para grave foi influenciada pela diminuição na taxa de ocupação de leitos. Porém, em uma entrevista pelo G1 com a epidemiologista Maria Cristina Willemann, que integra o Centro de Operações de Emergência em Saúde do governo do estado (Coes), a mesma aponta para a falsa correspondência entre diminuição na taxa de ocupação em UTI com o quanto a doença deixou de avançar nessas regiões, pois os números de óbitos aumentaram na semana passa, acarretando na desocupação dos leitos de UTI. 

 



Mapeamento de indicadores por região – Foto: Divulgação/Governo do Estado de Santa Catarina

Segundo o mapa de risco do Governo do estado, as prioridades nas cidades em situação gravíssima devem ser isolamento social, investigação, testagem, isolamento de casos e ampliação de leitos de UTI. Entretanto, para a maior parte das cidades a realidade das medidas de prevenção comprovadas e proteção são baixas, com uma flexibilização contínua do isolamento social em nome de uma nova normalidade, número de testagem coletiva longe do ideal (Florianópolis realizou menos de 30 mil testes até o momento), superlotações de leitos hospitalares, configurando em um macabro projeto de precarização dos trabalhadores para preservar lucros de grandes capitais. 

Com a mudança no risco por contaminação, uma nova portaria deve ser anunciada nesta sexta-feira (14)  com novas medidas para as regiões na situação mais crítica, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

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Retorno do transporte coletivo em Florianópolis ocorreu nesta quarta-feira — Foto: Diorgenes Pandini/NSC

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