Ala A17 – Existir resistir. Imagem da Galeria do Projeto: Labirinto UFSC – Intervenções artísticas no CFM/UFSC
Maria Fernandez – Redação UáE – 26.10.2018
No período da campanha do segundo turno foram vários os relatos de violência por conta de posicionamento político amplamente divulgados. Um dos relatos que encontramos nas redes sociais relata uma situação bem próxima de todos nós.
Reproduzimos abaixo o relato sem identificação para podermos nos colocar no lugar de quem sofre as agressões propagadas pela candidatura do #elenão:
Relato de uma estudante da UFSC:
“Eu fui buscar umas encomendas nos Correios, estava com as duas mãos cheias. Foi quando logo após o prédio de arquitetura chegaram dois rapazes, um alto meio loiro e um mais baixo moreno. Logo que estavam perto já chegaram dizendo: olha a feminazi aí. Um pegou o meu braço esquerdo e disse que queria ver os desenhos, eu não resisti pq sabia que ele ia me machucar, nessa hora eu creio que entrei no modo piloto automático pq não entendi o que eles diziam direito. O outro já colocou a mão por baixo dos meus cabelos que estavam soltos pois eu tinha lavado, ele deu duas voltas por baixo do meu cabelo e puxou, eu não podia olhar pra eles, fiquei com a cabeça baixa. Foi quando ele disse: fala “ele sim” eu estava muda, ele puxou de novo e mandou eu falar, eu falei, ele mandou eu repetir eu repeti.Então ele me soltou e falou “logo vc vai morrer” Quando foram andando eu quis olhar para trás e ele fez sinal para eu olhar para frente. Foi o que eu fiz, meu pulso ficou vermelho mas saiu, só ficou dolorido. Quando cheguei a primeira coisa que fiz foi prender o cabelo e ficar processando o que ocorreu, só depois entrei em contato com os chegados. Eu agradeço todo o apoio, e já fiz o BO acompanhada de dois advogados alunos da pós graduação. Caso queiram repassar não tem problemas, só pediria para não citar meu nome, nem curso, eu tenho medo de encontrar eles de novo, tenho medo de ir pra UFSC e tenho medo de pensar no assunto, mas sei que do modo que fizeram tão discretamente não foi a primeira vez e penso que não será a última. Desculpe algum erro de ortografia eu não estou legal. Novamente obrigada pelo apoio.”
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