Gustavo Bastos – Redação do UFSC à Esquerda – 25/05/2023
Através da sua diretoria, com diretores indicados pelo governador Romeu Zema, a Cemig,colocou a venda 15 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs), que estão localizadas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. O leilão deve ocorrer dia 10 de agosto de 2023.
Chama atenção o valor estimado para a venda das usinas, R$ 48,2 milhões. O valor é tão baixo que pode ser comparado ao financiamento para a implantação da usina PCH São Bernardo, só uma das quinze do lote que pretende ser vendido, que custou R$ 34,32 milhões.
O governo de Minas Gerais já vem trabalhando a bastante tempo para desestruturar a estatal mineira, são diversos os anúncios de que Romeu Zema que privatizá-la. Em 2019, por exemplo, o governo assinou uma carta de intenções com o Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi) para a construção de usinas no estado, deixando a estatal de fora.
As empresas estatais são instrumentos políticos nas mãos dos governadores, que podem usa-las para a promoção de políticas que beneficiariam toda a população. Os governos do capital, por sua vez, usam as estatais para o atendimento de interesses particulares, sejam dos acionistas (como no caso das empresas chamadas de economia mista, aquelas que são parcialmente privatizadas), ou de grupos de capitalistas específicos. Zema não faz diferente, apesar de todo o seu discurso, desmonta e destrói uma das poucas estatais restantes do setor elétrico brasileiro.
Em 2017 foram vendidas outras quatro hidrelétricas da Cemig. As usinas de São Simão, Miranda Jaguara, e Volta Grande foram vendidas a grupos de capitais estrangeiros por R$ 12,1 bilhões. Após a venda o valor da energia vendida por essas usinas subiu R$ 76,00, prejudicando a população mineira.