No último dia 8 de agosto, ocorreu reunião entre os representantes da reitoria, o sindicato dos trabalhadores da UFSC (SINTUFSC) e o Comando de Greve Interna dos Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs). Nessa reunião, os trabalhadores em greve apresentaram à administração central suas pautas, tais como a revogação da portaria 43, que foi instituída de forma autoritária por Roselane Neckel, com a finalidade de impor sua proposta de cumprimento da jornada de trabalho, com controle de frequência – desconsiderando anos de negociação e acordos de greve (e contrariando suas promessas de campanha eleitoral), em que se comprometeu a realizar debates públicos com a comunidade acadêmica antes de tomar qualquer decisão sobre a questão.Mais uma vez Roselane Neckel procurou não se expor, enviando para a reunião parte daquilo que chamamos na política de seu núcleo-duro, ou seja, aqueles que fazem parte do centro decisório da reitoria e do qual Roselane é parte. Mas uma figura presente entre os representantes da reitora deve ser destacada, pois não se trata de qualquer sujeito: Luiz Carlos Machado Pinheiro Filho – ou, como é conhecido, Pinheirinho.O que queremos destacar é algo que já havíamos apontado em nossos documentos de análise de conjuntura: que o Polo Comunista Luiz Carlos Prestes (PCLCP) integra o núcleo estratégico da reitora. O elemento significativo é que, embora exista uma relativa flexibilidade na relação entre a estrutura da organização política como um todo e sua corrente de juventude (no caso a Juventude Comunista Avançando), não existe independência. E isso permite compreender muito sobre as atitudes tanto dos militantes do PCLCP quanto os da JCA, em relação a essa reitoria e sua constante tentativa de destroçar os trabalhadores organizados da universidade. Em quaisquer outros tempos, ainda questionaríamos o que estava fazendo o diretor da Secretaria de Relações Internacionais (SINTER) em tal reunião, pois se tratava de uma reunião de greve. No entanto, como trata-se aqui de evidenciar a articulação entre aqueles que se dizem comunistas (PCLCP) com o núcleo-duro da gestão de Roselane Neckel, é preciso levar a verdade aos seus meios.Para a editoria do UFSC à esquerda, aqueles que, sob a bandeira do comunismo, colocam-se ao lado dos dominantes em cada tempo, assumem dupla posição de inimigos dos trabalhadores. Em primeiro lugar por sustentarem no poder aqueles que oprimem, recebendo todas as vantagens políticas por isso¹. Em segundo lugar, pois eles mesmos expropriam os trabalhadores de seus meios de vida, enquanto cínica e oportunisticamente se colocam entre estes e lhes dizem que estão ao seu lado.¹- Vantagens essas podem ser claramente observadas no Movimento Estudantil, onde a JCA consegue organizar no mesmo mês três grandes eventos com apoio da PRAE (Encontro Nacional dos Estudantes de Serviço Social, Seminário Nacional de Escritórios Modelo de Arquitetura e Urbanismo e Seminário Nacional de Universidade Popular realizado em São Paulo).
Fontes:
1. Memorial da reunião, com alista de presença: http://www.sintufsc.ufsc.br/wordpress/wp-content/uploads/2014/08/digitalizar0300.compressed.pdf
2. http://www.cclcp.org/index.php/inicio-pclcp/nacional/576-memorial-luiz-carlos-prestes-recebe-visita-do-governador-tarso-genro
3. http://www.ptsul.com.br/portal.php?doc&mostra&42371