Greve dos Técnicos da UFSC é encerrada com conquista interna
Foto: UFSC à Esquerda

TAEs encerram greve com conquistas internas

Renato Milis – Redação do UàE – 25/05/2022

Na tarde de hoje, 25/05, os técnicos administrativos em educação decidiram em assembleia pela suspensão da greve. A assembleia aprovou o acordo de greve negociado com a reitoria e decidiu por encerrar o movimento de greve e entrar em estado de greve para acompanhar a mobilização nacional.  

Os trabalhadores avaliaram que a greve obteve importantes conquistas internas. Entre as principais está a suspensão do aumento do passe do Restaurante Universitário (RU) para os servidores que iria de R$2,90 para R$13,68. Para os trabalhadores essa era uma questão central, tendo em vista o  avanço da inflação sobre os salários dos trabalhadores, mas também porque na avaliação do movimento esse aumento abriria o caminho para o aumento do passe também para os estudantes. 

Outros pontos locais em que a greve teve avanços foram: a suspensão da tramitação do teletrabalho via Instrução Normativa 65 (o Teletrabalho de Bolsonaro), para abrir uma discussão séria com a comunidade universitária sobre essa modalidade de trabalho; o compromisso com a realização dos reparos e reformas do centro cirúrgico do Hospital Universitário (HU) e a construção de um vestiário central para os trabalhadores do HU; a aceleração da realocação dos setores e salas de aula dos blocos modulados do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas.  

A decisão por continuar em estado de greve foi tomada para continuar a mobilização da luta nacional dos servidores públicos federais para a luta pelo reajuste salarial de 19,99%, principal pauta da greve. E também para poder continuar a mobilização local em pontos de luta como contra o ponto eletrônico e a luta pelas condições dignas de trabalho e estudo frente às denúncias da infraestrutura. O movimento irá participar da plenária da FASUBRA (federação dos sindicatos dos técnicos) e terá nova assembleia no dia 07/06. 

A greve durou 45 dias e na avaliação geral dos trabalhadores da base do sindicato que formaram o Comando de Greve foi bastante positiva. Para o comando, além das conquistas internas, o movimento teve um importante significado num contexto eleitoral presidencial, e internamente em meio a eleição da reitoria, demonstrando que os trabalhadores da UFSC não vão se acomodar.

Os trabalhadores avaliaram na assembleia que houve diversos obstáculos para o movimento, dentre os quais a nível nacional em função das principais centrais sindicais terem freado o movimento de greve para centrar energias na eleição de outubro; e em nível local, quando o mesmo ocorreu em função da eleição da reitoria. E também a força da ideologia do individualismo e a fragmentação das bases reforçadas por dois anos de trabalho remoto. A construção do movimento nesse cenário teve um papel significativo em mostrar a importância da luta coletiva.

 

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