Foto: Natalia Espina/Opera Mundi
Morgana Martins – Redação Universidade à Esquerda – 05/10/2020
Na tarde da última sexta-feira (2), um jovem de 16 anos, Anthony Araya, que tentava escapar dos carabineros (polícia militarizada do Chile) em meio a uma manifestação, foi empurrado por um deles da Ponte PioNono, na cidade de Santiago. Os chilenos retomaram os atos em várias cidades do país por uma nova Constituição e reformas no sistema de aposentadoria.
O estudante do ensino médio foi levado, em estado grave, à Clínica Santa María, próximo do local em que foi empurrado. Segundo informe médico publicado na madrugada de sábado (3), o jovem sofreu um traumatismo craniano aberto, fratura em ambas os pulsos e em alguns ossos da coluna vertebral. Araya passou por cirurgia no sábado e não tem mais risco de morte; mas não se sabe ainda quais as sequelas que irão permanecer.
Há diversos vídeos feito por fotógrafos, jornalistas e manifestantes que mostram o momento exato em que um carabinero se choca com o jovem e o empurra, o que faz com que ele perca o equilíbrio e caia no rio Mapocho.
https://twitter.com/teleSURtv/status/1312377996796407808
https://www.instagram.com/p/CF3Xel7hOwH/
Mesmo com diversos registros do ocorrido, o diretor geral-dos Carabineros (polícia militarizada), Mario Rozas, afirmou na manhã de sábado (3), já com o vídeo do empurrão publicado pela teleSur como assunto mais comentado do país, disse que “um policial tentou evitar que um manifestante se atirasse da ponte, mas não conseguiu”.
A manifestação da sexta-feira passada defendia as opções “aprovo”, que trata que o Chile abandone definitivamente a atual Constituição, imposta pelo ditador Augusto Pinochet em 1980; e “convenção constitucional”, que defende que a nova Constituição seja realizada a partir de uma assembleia constituinte.
Depois do ocorrido, novas manifestações estão sendo convocadas. Além disso, daqui duas semanas completa-se um ano da explosão social que marcou o ano de 2019 no Chile; 18 de outubro.
Só dizer que a convenção constitucional nao traz consigo assembleia constituinte. Pelo mesmo se pode ler o “pacto pela paz” só como um pacto político e jamais como um acordo dos povos.