Foto: UàE. 4 set. 2020.

[Notícia] Pós-graduação da UFSC irá iniciar 2020.2 entre Novembro e Dezembro, com calendário diferente da graduação

Foto: UFSCàE. 4 set. 2020.

Martim Campos – Redação UFSC à Esquerda – 06/11/2020

No dia 18 de agosto de 2020 o Conselho Universitário aprovou a proposta de Calendário Acadêmico Suplementar Excepcional para o retorno remoto do semestre de 2020.1 na UFSC. Segundo o calendário acadêmico, o fim do semestre letivo está previsto para o dia 19 de dezembro de 2020, com o retorno do semestre 2020.2 para o dia 01 de fevereiro de 2021. 

Nos cursos de Pós-graduação a data de início do semestre 2020.2 ficou ao critério de cada Colegiado dos programas, incluindo a decisão das disciplinas, turmas e/ou atividades formativas e de pesquisa serão ofertadas no curso. Alguns programas tem a previsão de início deste segundo semestre em Novembro (como é o caso dos programas de Pós-graduação em Biologia, Oceanografia, Literatura, entre outros) e alguns em Dezembro (tais como os programas de Filosofia, Administração, Serviço Social, entre outros) deste ano.

Estamos perto do fim deste semestre de 2020.1 e ao longo deste acompanhamos as inúmeras adaptações e transposições implementadas com este ensino, rompendo com o que conhecíamos por formação universitária. 

Durante o Calendário Suplementar Excepcional, os estudantes puderam optar pela realização de carga horária total mínima semestral de seus cursos. Também foi aprovada a possibilidade, em qualquer período do semestre, o cancelamento de disciplinas, trancamento da matrícula e inscrição na “disciplina fantasma” ZZD2020, criada como forma de manutenção formal do vínculo com a universidade.

Seis semanas após o retorno em agosto, cerca de 14,5% dos estudantes dos cursos de graduação evadiram. Atualmente, 1.536 alunos decidiram trancar seus cursos e 3.120 alunos estão matriculados na disciplina ZZD2020. Os números, que continuam crescendo, somam hoje um total de 4.656 estudantes que, neste momento de pandemia, deixaram seus cursos. 

Além do altos número de evasão, que indica o fracasso da igualdade nesta implementação de ensino, o UFSC à Esquerda neste período começou a divulgar  relatos das experiências dos estudantes, professores e técnicos com o ensino remoto na UFSC. Em sua maioria, os estudantes reclamam das aulas corridas; dos problemas técnicos; do cansaço em frente as telas; dos debates prejudicados e trabalhos com pouco teor crítico; do “ânimo que foi morrendo ao longo da disciplina”. 

Mesmo com as experiências deletérias para a formação universitária, poucos foram os espaços de críticas em relação a esse “ensino”. O colunista do UàE Lalo Minto aponta em seu texto “Ensino remoto: presente e futuro em disputa” para as justificativas feitas atualmente da remotização tanto como um imperativo do presente, mas que ao mesmo tempo é colocada como um “processo de modernização, apontado como futuro (desejável)”, com a mistificação cada vez mais ampliada na medida em que o setor privado e partes do público celebram o ensino sem realizar quaisquer críticas a questão de fundo e problemas de desigualdade de acesso e qualidade formativa.

Uma série de textos que foram publicados nos jornais Universidade à Esquerda (UàE) e UFSC à Esquerda levantam o debate sobre as consequências futuras da implementação remota nas universidades.

Acompanhe aqui os textos escritos pelos colunistas do UàE.

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