Pedro Jerônimo – Redação UFSC à Esquerda – 01/10/2021
Estudantes ligados aos centros acadêmicos da Arquitetura e Psicologia (CALA e Calpsi) e à Associação de Pós-graduandos (APG) realizaram hoje uma intervenção presencial no Centro de Convivência, fazendo uma visita ao segundo andar do prédio.
Ao entrar no espaço, os estudantes reencontraram os vestígios da Greve Estudantil de 2019, última vez que o espaço foi aberto antes da decisão da Reitoria de proibir o acesso barrar as entradas com tapumes. Porém, foram surpreendidos pela deterioração do prédio, que permaneceu sem limpeza e passou a apresentar vários pontos de infiltração. Durante a ocupação de 2019, os estudantes fizeram uma faxina coletiva e assumiram a manutenção do espaço, que voltou a ser um ponto de encontro e convívio universitário.
A intervenção contou com estudantes das primeiras fases dos cursos, que ainda não haviam tido a oportunidade de conhecer presencialmente a universidade. Munidos com cartazes e canetões, produziram desenhos exploratórios do espaço, buscaram compreender as antigas atividades do local e estimular a imaginação sobre as potencialidades de uso futuro.
O movimento foi articulado através de um grupo com a APG e diversos CAs, que incluem os de Museologia e Biologia. O grupo tem procurado recuperar um panorama de movimentações estudantis na UFSC, depois de um profundo refluxo durante o assim chamado Ensino Remoto Emergencial.
Uma intervenção recente do grupo foi a organização da Aula Magna “Contra a Universidade Fictícia: do ensino digital à privatização”, que buscou debater com a comunidade universitária os reflexos mais profundos da adoção da modalidade remota de ensino pelas IFES.
Abandonado pela Reitoria
O Centro de Convivência voltou ao centro dos debates estudantis após surgir uma proposta de reforma pela Associação dos Professores (APUFSC), que agora discute os termos em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a APG. O projeto de requalificação do espaço deverá ter participação de estudantes.
Expectativas com o projeto levaram os CAs a imaginar as possibilidades de ocupação e utilização dos espaços do prédio pelo movimento estudantil, que hoje encontram-se reduzidos a salas de estrutura precária.
Nos últimos anos, o segundo andar do prédio só foi acessado pontualmente durante momentos de ascenso do movimento estudantil. Com a emergência da necessidade de articular os cursos, o movimento identificou no Centro de Convivência um prédio com imenso potencial de concentração e implantação privilegiada, no coração da universidade.
Leia também: [Opinião] A Reforma do Convivência será um projeto político! Parte 1: Qual é a proposta dos estudantes?
