Desde a semana passada, quando se atravessa a porta de entrada do Restaurante Universitário, é possível visualizar um cartaz em A4 informando o aumento dos passes dos servidores terceirizados para R$6,10 vigorando desde 15 de Maio. Até então o valor pago pelos terceirizados era de R$2,90, assim como os demais trabalhadores da Universidade – docentes e técnicos administrativos em educação.
O UàE buscou apurar junto à direção do Restaurante esclarecimentos sobre os motivos para tal aumento. A diretora, Maria das Graças Martins, afirma que consultou o Departamento de Gestão Orçamentária para poder decidir a melhor forma de manejar os custos do restaurante e que possui autonomia para decidir como garantir o funcionamento deste diante das escassas verbas da Universidade.
Segundo a mesma, como o Restaurante Universitário é subsidiado com a verba do PNAES – Programa Nacional de Assistência Estudantil, destinada à permanência de estudantes na Universidade e os terceirizados são contratados por outra empresa – a relação com a Universidade é via processo de licitação com a empresa, quem deve se responsabilizar pela alimentação destes funcionários seria a sua contratante, a fornecedora do processo de licitação. Maria das Graças afirma que para a direção do RU a questão não se trata de separar os terceirizados dos demais servidores da Universidade, já que no segundo caso se permanece sem aumento nos valores dos passes, mas de responsabilizar as chefias imediatas desses trabalhadores pela alimentação, já que se passa por um momento de crise financeira. Para a direção, se não houvesse este aumento, o restaurante em breve teria de fechar as portas, pois não conseguiria assumir os pagamentos dos fornecedores.
A diretora também afirma que o aumento não foi comunicado em nenhuma mídia institucional da Universidade, pois já havia solicitado junto ao Departamento de Projetos e Contratos os contatos de todos os contratantes e lhes avisado com um mês de antecedência do aumento, além de este valor já ser o vigente para os terceirizados dos demais campi.
No horizonte também da redução de gastos, está em andamento, o que o site de notícias da UFSC tem anunciado como um processo de modernização do acesso ao restaurante e das compras de passe. A princípio, a proposta é fazer com que as compras de passe sejam realizadas via GRU – Guia de Recolhimento da União, da mesma forma que se paga as dívidas da Biblioteca Universitária. Desta forma se economizaria na impressão de passes e na contratação de terceirizados, pois haveria a dispensa do setor operacional de efetivação de venda dos passes e possivelmente também, do recolhimento destes na entrada do restaurante. Os primeiros testes seriam realizados em Araranguá e no Centro de Ciências Agrárias (CCA), por hora somente com o procedimento de autenticação das carteirinhas nas catracas de entrada e sem a inserção de créditos no cartão. Em um segundo momento, seria inserido o pagamento via GRU e expandido junto aos demais campi.
A direção aponta problemas que ainda precisariam ser sanados no pagamento via GRU, como a realização de diversas operações bancárias de baixos valores ou a possibilidade de restrição desse tipo de operação se isto fosse muito oneroso a um banco, pois nem todo estudante tem um valor imediato em mãos para realização de uma carga única, por exemplo.