Matheus Ishida, Luiz Costa e José Braga – Redação UàE – 14/09/2017
O Corregedor-Geral da UFSC, Rodolfo Hickel do Prado, conversou com o UàE, na tarde de hoje à respeito da investigação sobre a corrupção nos cursos de EaD da UFSC, e das ações da operação “Ouvidos Moucos”.
De acordo com Rodolfo, a corregedoria recebeu uma denúncia de supostos desvios de bolsas e recursos de custeios nos cursos de Educação à Distância, o que a levou a instaurar um processo de investigação preliminar interno. Nos meses que precederam a operação deflagrada nesta manhã, a corregedoria havia notificado e estava ouvindo pessoas envolvidas para apurar os fatos.
O corregedor afirmou que houve denúncias apresentadas em colegiados e conselhos da universidade, as chefias responsáveis, no entanto, não as encaminharam. Dentre as quais está o chefe do Departamento de Ciências Administração, Eduardo Lobo – preso temporariamente hoje durante a operação, e que estava ciente das denúncias desde do final de 2016.
Ele lembra que antes mesmo que a corregedoria fora criada, em 2013 já houveram denúncias de suspeitas similares ligadas ao EaD.
A reitoria teria tentado, segundo Rodolfo, evitar o andamento da investigação por diversas vias: “Houve várias tentativas de obstruir e dificultar o trabalho da corregedoria. Infelizmente, se tentou avocar processos, tirar processos daqui”. Para Prado, a Corregedoria-Geral da UFSC é subordinada ao gabinete do Reitor apenas em suas atividades meio, como a locação de sala, equipamentos e etc; em relação às atividades fins, a corregedoria é uma instância parte dos órgãos gerais de controle, como a Controladoria-Geral da União.
Ele relata que sofreu ameaças de exoneração tentando intimidá-lo a não prosseguir com a investigação. O corregedor questiona, inclusive, as declarações feitas pelo gabinete de que não houve interferências na apuração. Aponta que outras pessoas que realizaram denúncias do esquema também sofreram pressões.
As prisões temporárias, em especial, a do Reitor, “são resultado natural das investigações para seguir o trabalho”, por isso, afirma o corregedor “nós tínhamos que chegar a um ponto em que haveria a necessidade de afastamento, porque senão, não tinha como, porque a coisa já estava muita enraizada.”
Das investigações que foram realizadas internamente até agora e que de, acordo com Rodolfo, já compõem um processo de 1300 páginas, a corregedoria constatou que havia vários funcionários celetistas do EàD recebendo bolsas destinadas a professores. A averiguação abrange todo o período de implantação da UAB de 2006 até hoje.
Rodolfo ainda relata que não há esforços para estruturar a corregedoria. E aponta os limites das condições da corregedoria hoje, com falta de servidores e apoio da universidade.
O UàE continuará apurando os acontecimentos. Em breve mais informações.
Interessante. Desde 2016 o problema existia. Bastou a morte de um homem integro, honesto, digno, para que os fatos fossem revelados? Que tipo de estrutura temos? Que tipo de cogedoria é essa que sabia dos desvios desde 2006 e nada fez? Que tipo de X9 estão atuando na corregedoria? Dormiremos tranquilos, amigos do Cao. Que a culpa de sua inocencia perdure por suas noites. Se é que esses arautos da moralidades e da ética, sic, podem dormir em paz. Dormem sim, como aqueles que defendem a corrupição instaladas pelos partidos que defendem.
Senhor Corregedor, que a inocencia de Cao, ao final comprovada, lhe sirva de açoite pelo resto da vida. Dedo duro, parcial e caguete.
Segundo o edital de concursos para corregedor da UFSC de 23 fevereiro de 2015 os candidatos deveriam atuar profissionalmente na UFSC, e apresentar CV Lattes. No Lattes Rodolfo Hickel do Prado é desconhecido, e que se saiba esse advogado deu aula na Univ. do Vale de Itajaí. Seria interessante confirmar essas informações.