Clara Fernandez* – Redação UàE – 19/03/2019
No próximo dia 22 de Março está sendo convocado de forma unificada por todas as Centrais sindicais do país o primeiro dia de paralisações e atos contra a Reforma da Previdência de 2019. Estão previstas manifestações por todo o país, além de atividades locais ao longo da semana.
Em Florianópolis, estão previstas panfletagem ao longo da semana, com adesão do ANDES-UFSC, seção local do Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior, além da realização de alguns espaços de debates na Universidade puxado por entidades estudantis. Espera-se que a vinda de Guilherme Boulos para a aula magna do DCE, nesta terça-feira, também possa pautar este debate.
Desde os primeiros dias do governo temos assistido estarrecidos uma série de medidas e pronunciamentos que estão de mãos dadas para mudar profundamente a configuração do nosso país. Da regressão nos costumes, às privatizações de bens públicos e destruição de direitos, têm sido difícil reagir ao bombardeamento de pautas terríveis que o governo coloca em ação.
É para isto que este governo veio e este é um dos motivos que explica o porquê de sua estabilidade pouco parece ser abalada frente aos inúmeros escândalos que colocam a família do Presidente na mira de fortes suspeitas de corrupção e apontam uma imensa proximidade destes com milicianos envolvidos no assassinato de Marielle Franco.
A estabilidade do Presidente depende da sua capacidade de colocar em marcha as medidas que destroem o nosso futuro. O desmonte da previdência é a principal delas e não caminha sozinha, é regida em uma orquestra de caos.
Este era o programa de governo de Bolsonaro, é isto que estava dado desde a campanha. Saber a máquina de destruição que estava por vir foi o que gerou uma grande mobilização no país durante o período eleitoral nas manifestações do #Elenão e nas tentativas de disputar cada voto que era possível.
Entretanto, nossos desafios não se acabaram com as eleições, não é este o fim da linha. No dia 08 de Março, a Greve de Internacional de mulheres, com o tema 8M Marielle Vive, também foi a primeira manifestação nacional com caráter de oposição ao governo. Além de que ali também esteve em pauta a reforma da previdência e seus impactos na vida das mulheres trabalhadoras. Este foi um primeiro momento de mostrar nossa indignação, mas ainda temos muitos outros pela frente.
Um dos argumentos que ressoa em torno da reforma é de que estamos vivendo demais e por isso é necessário fazer sacrifícios, alardeado aos quatro ventos com a força do desprezo que os capitalistas possuem pela nossa vida. Um ato forte no dia 22 é um dos primeiros passos para se responder à altura tamanho cinismo daqueles que seguem aumentando suas remunerações e benefícios – ganhando sozinhos um valor que representa o salário de inúmeros trabalhadores; enquanto arrotam que há privilégios demais nesse país.
*O texto é de inteira responsabilidade da autora e pode não refletir a opinião do Jornal
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