Imagem: Print de publicação do presidente Bolsonaro no Twitter
Maria Fernandez – Redação UàE – 08/04/2019
O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje, 08/04, ao fim da manhã, por meio da sua conta no twitter a indicação de Abraham Weintraub para assumir a pasta do Ministério da Educação (MEC). Bolsonaro confirma assim a saída de Ricardo Vélez Rodríguez.
A saída de Vélez já tinha sido ventilada, após inúmeras polêmicas e trocas de pessoal em sua pasta. Em café com jornalistas na sexta-feira, 05/04, Bolsonaro já havia indicado que haveria alguma definição sobre o cargo na segunda. Inclusive no dia 27/03 a jornalista Eliane Castanhêde já havia anunciado a demissão de Vélez que não se confirmou naquele momento, sendo classificada por Bolsonaro como fake news.
Veléz estava enfrentando disputas entre os quadros militares e olavistas dentro do ministério e tinha anunciado e recuado inúmeras vezes em propostas. Foram cerca de 17 demissões na pasta nas últimas semana. Problemas de comunicação interna geraram vários anúncios e recuos como o relativo à avaliação no nível da alfabetização: houve portaria revogando a aplicação das provas e posterior recuo. O presidente do Inep, Marcos Vinicius Rodrigues, foi demitido por conta deste imbróglio.
Em uma das gafes absurdas o Ministro tinha mandado carta às escolas, em fevereiro, com solicitação para filmar os estudantes cantando o hino e repetindo o slogan da campanha de Bolsonaro. Poucos dias depois teve que recuar pela evidente inconstitucionalidade da solicitação. Mais recentemente o Ministro afirmou que os livros didáticos tinham que ser revistos em relação ao golpe militar de 64.
O indicado para a pasta agora, Abraham Weintraub, é economista e professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Compunha a Cassa Civil, como secretário-executivo, sendo auxiliar imediato de Onix Lorenzoni. Participou de grupo que discutia a Reforma da Previdência desde a campanha de Bolsonaro, juntamente com seu irmão Arthur Weintraub. Bolsonaro destacou a experiência em gestão que Abraham teria.
Abraham atuou no mercado financeiro por mais de 20 anos, trabalhou no Banco Votorantin e como sócio na Quest Investimentos. Como professor Abraham dizia sofrer perseguição da esquerda e se envolveu em conflitos com estudantes. Ele e seu irmão foram denunciados por alunos que afirmaram estar sofrendo ameaças após criticarem Bolsonaro.
É também seguidor de Olavo de Carvalho. Dessa forma a expectativa do governo é que com a experiência de gestão o MEC apresente um projeto mais claro e saia do imobilismo das disputas internas. Entretanto o projeto de pós-verdade e de perseguição ao fantasma do “marxismo cultural” baseado no delirante Olavo de Carvalho deve seguir firme. Aguardamos para acompanhar as indicações dos nomes que comporão a nova gestão do MEC para confirmar esta hipótese.