[Notícia] Relator apresenta parecer favorável à proposta de reforma da previdência do Governo Bolsonaro

Maria Alice de Carvalho – Redação UàE – 10/04/2019

Na última terça-feira (09), em sessão da Câmara, o relator da proposta de reforma da previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), apresentou parecer positivo a proposta encaminhada pelo Governo e votou pela admissibilidade na íntegra do texto.

Na ordem dos trâmites, a proposta do Governo encaminhada ao Congresso deve passar primeiro pela CCJ, ser encaminhada para uma comissão especial e, apenas depois, ser votada em duas etapas em plenário na Casa Legislativa.

Leia também: [Notícia] Projeto de reforma da previdência do Governo Bolsonaro – tramitação e aspectos do projeto.

A sessão na qual foi lido o parecer pelo relator foi extremamente conturbada. A oposição tentou adiar a apresentação do texto através de requerimentos, foram apresentadas diversas questões de ordem e, ainda, o Delegado Waldir (PSL-GO) foi acusado por um dos deputados por estar portando uma arma. Após quatro horas e meia de sessão, Marcelo Freitas iniciou a leitura de seu parecer, de 55 páginas.

O relator da proposta, ao defender a proposta de reforma da previdência do Governo, alegou que os dispositivos sobre Previdência Social não são cláusulas pétreas e que, sendo assim, podem ser retirados da Constituição e regulamentados por uma lei complementar – como sugere a Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Finda a leitura do parecer, um pedido de vistas coletivo foi concedido, de forma que a discussão sobre a proposta de reforma da previdência deve ficar suspensa por duas sessões do plenário. O parecer está previsto para ser votado, então, na próxima quarta-feira (17). Porém os deputados que compõem a oposição na votação da proposta já se manifestaram dizendo que isso não será possível e que não estão com pressa.

A deliberação na CCJ diz sobre a constitucionalidade da proposta, ficando como responsabilidade da comissão especial julgar sobre a conveniência e justiça do novo modelo de previdência proposto pelo Governo. Apesar disso, Marcelo Freitas já se manifestou negando que a proposta gere retrocesso social.

Leia também: [Entrevista] A classe trabalhadora sairá mais empobrecida se não derrotar a Contrarreforma da Previdência, afirma Sara Granemann

Dentre os argumentos levantados pelo relator no relatório e na defesa de seu voto favorável à proposta na íntegra, este alegou que o texto não fere a Constituição ao prever a capitalização da previdência.

Leia também: [Debate] Reforma da previdência: um agrado ao sistema financeiro em detrimento de quem vive do seu trabalho

Dentre as questões levantadas por líderes que compõem a maioria da Câmara e que se colocam em oposição à aprovação da proposta na íntegra, estão o novo modelo para o Benefício Pago a Idosos Carentes (BPC) e para a aposentadoria rural.

O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), se reunirá com os coordenadores da bancada para definir a estratégia de votação da próxima semana.

Leia também: [Opinião] O fim da previdência social pública como perda da solidariedade de classe

[Notícia] Governo tece articulações com interessados em aprovar a Reforma da Previdência

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *