A nossa democracia não se faz com enquetes – Parte dois: A quem interessa esterilizar a política?

Foto: UFSC à Esquerda

Em 2013, ano em que em uma assembléia histórica, o CFH se posicionou contrário ao credenciamento de Empresas Juniores no centro, uma fala abriu o início da assembleia de forma marcante: “Bem-vindos à Democracia do CFH”. Desde então, o combate às formas ampliadas de democracia na Universidade vem sofrendo sabotagens e ataques cada vez mais intensos por parte da Direção do DCE, que segue com o mesmo grupo desde aquela época, e demais representantes do conservadorismo dentro da Universidade.

Eis que nos encontramos diante de um cenário caótico, com o país incendiando diante de um congresso que tenta nos fazer reféns de medidas que jogam na lata de lixo as nossas condições básicas de vida nos próximos 20 anos. Ainda que diante da decisão de um dos maiores CEBs dos últimos anos em chamar a comunidade estudantil para uma grande assembléia na universidade, o DCE tenta forçar a permanência do imobilismo na UFSC com uma consulta online que trata de processos gravíssimos no nosso país ao mesmos moldes de uma enquete de Facebook, ou para deixar as coisas mais explícitas, aos moldes de um SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente)!

Veja, não é coincidência a tentativa de tentar transformar processos políticos que exigem uma seriedade e dedicação enorme em um mero processo consultivo aos moldes da lógica empresarial. A PEC da morte e os demais pacotes de maldades que estão sendo impostos a nós fazem parte de um projeto do empresariado para seguir tentando reduzir tudo o que podemos ser em meras mercadorias, para esta classe, é absolutamente coerente tratar nossos processos decisórios dentro dos seus termos. Diante da capacidade de um processo realmente amplo de discussão e decisão e que abre a possibilidade de a juventude  não aceitar o que está dado, não se conformar com o que é tido por governos junto ao empresariado como ordem do dia, diante da possibilidade de que a comunidade universitária possa ousar dizer não e lembrem que é possível sonhar com uma Universidade diferente, com um outro currículo, com outros professores, é essa a resposta cínica dos representantes dos empresários: tratar os processos decisórios com o mínimo de reflexão e o máximo de superficialidade possível. Numa tentativa de parodiar alguma democracia, porque já não é mais possível seguir aprovando as coisas como bem entendem nos colegiados e conselhos junto aos professores conservadores sem deixar escancarado quais interesses se defende com isso.

Enquanto tudo isso acontece, a Reitoria finge se isentar de ter uma posição, inclusive no Conselho Universitário que aprovou posicionamento contrário à PEC. Nessas horas é necessário lembrar que este DCE que está aí, ajudou a elegê-la e que a política que ele toca não está isolada dos interesses da Reitoria na Universidade. Por fim, a juventude da Universidade também possui a ousadia e revolta necessárias para não se dobrar ao cinismo empresarial do DCE , é necessário responder a esta mediocridade política ampliando a democracia do CFH e do CED para os demais centros. Ocupar e Resistir, paralisar a Universidade para movimentar nossa revolta dentro e fora dela! Rumo às assembleias estudantis e da comunidade universitária do dia 09 para fortalecer a construção da GREVE GERAL!

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