A UFSC continua cercada pelo imobilismo (Parte II): aquela em que damos às coisas o nome que elas têm

Advertência importante

Este texto não foi escrito para ganhar os corações e mentes da massa dos estudantes. O texto a seguir é chato e há conteúdos profundamente engajados com o socialismo, o que pode causar nos menos afeitos: náuseas, dores musculares e – em casos mais graves – discursos fascistas.

Para os pretensos “quadros da esquerda” que sempre nos enviam mensagens inbox dizendo que nós do UFSC à esquerda não sabemos escrever para a massa, uma palavra:

Prólogo:

Faz quase um ano que o UFSC à esquerda escreveu seu primeiro texto. Naquela ocasião uma análise sobre o cercamento do campi Trindade, que representava a crônica da autocracia da gestão de Roselane/Lúcia, mas sobretudo da incapacidade dos movimentos universitários em se sensibilizarem ao sentido mais profundo da saída à direita em curso em nossa universidade.

Com o título de “A UFSC foi cercada pelo imobilismo”, empreendemos uma análise da miséria da direita, do imobilismo da esquerda e a oportunidade de Roselane Neckel apontar para uma ruptura com os setores reacionários com os quais compôs sua candidatura. Sem surpreender, Roselane escolheu o caminho contrário – aprofundando ainda mais seu caráter conservador.

Isso apenas demonstra aos mais ingênuos que sempre que balançar, sua tendência será  assumir uma posição ainda mais conservadora – sempre resguardada pelo discurso de que precisa proteger a gestão dos ataques de uma direita organizada, meticulosa e golpista que não mediria esforços para encerrar seu mandato antes do tempo.

As evidências não nos deixam mentir, nem devem nos deixar enganar. A convocação dos fóruns públicos sobre o tema da segurança no campus foram espetáculos de falsidade democrática. Não mais do que abrir o espaço para as falas do aparelho de segurança e seus encaminhamentos desengonçados: fechar o campi ao trânsito de veículos no período noturno, investir em aparelhos de vigilância e uma série de ações ostensivas.

Contudo, o senso democrático dos fóruns promovidos pela gestão devem ser encarados com muito mais seriedade se quisermos compreender o que se passa na conjuntura da UFSC. Muito semelhante na concepção geral às conferências nacionais de Lula da Silva, a realização desses fóruns produz na comunidade universitária a falsa noção de que exista abertura à participação da comunidade nas decisões da gestão. Quando na realidade é preciso notar o seguinte: 1) nenhum desses fóruns teve caráter deliberativo; 2) em nenhum dos fóruns foi possível construir comissões que permitissem à comunidade acompanhar os encaminhamentos derivados desses espaços e informar a comunidade que a gestão levou suas contribuições à sério; 3) e o mais fundamental: nenhum dos fóruns foi realizado sobre qualquer tema estratégico da universidade. Ou seja, não apenas tudo o que colhem são “opiniões”, como o são acerca de questões que não tocam fundamentalmente em nada dentro da estrutura da universidade.

Para que não nos atenhamos apenas aos aspectos da negatividade desses fóruns, é preciso apontar que eles criam sim algo: a falsa perspectiva de que exista uma abertura dentro dos limites mais estritamente institucionais para a participação, elaboração e transformação da UFSC. A mensagem é que as lutas em defesa da universidade pública possam ser circunscritas aos espaços delimitados pela própria institucionalidade que nega qualquer transformação e mediados pela reitora.

A radicalidade desse tipo de encapsulamento das lutas pela universidade pública é a sua efetividade real, que se não analisada em profundidade vai continuar nos levando aos efeitos dramáticos que são perceptíveis nos registros dos últimos dois anos.

O dispositivo é relativamente simples tendo em vista a dimensão de eficácia que teve principalmente neste último ano. A reitoria esboça em seus discursos um cenário político no qual uma extrema direita (associada ideologicamente aos aparelhos jornalísticos da cidade) permanece com a expectativa latente de uma espécie de “golpe de Estado” e por outro lado, realiza frágeis aberturas (ainda que falseadas) para que os movimentos despejem suas energias (os fóruns são o exemplo menor, a maior armadilha da esquerda, principalmente TAE´s e o movimento estudantil foi o Conselho Universitário). Quando acionado, tal dispositivo lança a reitora Roselane esplendorosamente como o agente mediador de todos os conflitos de classe da universidade. Assim, todas as lutas potenciais permanecem circunscritas aos momentos de seu controle. Notemos como os movimentos que mais potencialmente poderiam ter sido protagonistas de lutas fundamentais pela universidade perderam-se em comissões da reitoria, nos fóruns abertos e – principalmente – no Conselho Universitário apenas no último semestre.

Como afirmamos naquele primeiro texto de 2013, nada poderia ser mais falso, o esfacelamento da direita organizada foi evidente ao longo de todo o ano. Embora tenha feito questão de nos mostrar que leu, entendeu e faria a lição de casa, a direita ainda demonstra sérias dificuldades de se organizar em torno de seus antigos métodos. É facilmente possível notar a existência de uma “antiga direita” esfacelada e uma nova direita, que ninguém parece interessar-se em perceber e lhe dar um nome.

“O engodo”

Roselane soube lançar mão de lutas ilusórias, que embora tratem de pautas taticamente importantes, acabaram funcionando como engodo. Exemplo maior pode ser visto na pauta das Fundações de Apoio. Enquanto jogava o que há de crítico entre os conselheiros estudantis contra aquela direita decadente que ainda sobrevive no campus, oferecendo na privacidade de sua sala ou nos corredores da reitoria “apoio incondicional” aos seus bravos guerreiros, nos bastidores a reitoria sabia perfeitamente até onde administrar as rédeas. A militância honesta (e não aquela que se reunia em segredo com a reitora) seguiu a direção traçada e lutou esperançosa de que poderia haver ai um horizonte de crítica radical e efetiva em relação a essas instituições privatizantes da universidade pública. As principais lutas; o trabalho de base, a mobilização do Conselho de Entidades de Base e tudo o mais foi ao chão. Duas únicas torrentes de lutas foram abaladas por completo com tal falseamento: no CFH se empreendia uma luta unificante da esquerda contra o empresariamento da educação, com vitória expressiva contra as Empresas Juniores naquele centro de ensino. A outra, foi a pauta das 30 horas na UFSC que caminhou a passos lentos em busca de sair da tutela da administração central – mas que ainda continua e terá que demonstrar sua capacidade de romper ingenuidades e lançar lutas decisivas rumo a vitória.

Ambas essas lutas tem um momento originário em comum: o CFH como palco de seu desenvolvimento prematuro. Quando diretora do CFH, Roselane Neckel apoiou privadamente as 30 horas para os TAE´s naquele centro, bem como a luta contra as empresas juniores. Seu discurso não era esse enfadonho “temos que discutir amplamente com todos os setores da comunidade universitária”, mas posições mais firmes. No entanto, tão logo se tornou candidata à reitoria procedeu ao distanciamento dessas pautas e assumiu posição diametralmente contrária. Ainda enquanto diretora-candidata, Roselane deveria ter nomeado em 30 dias uma comissão para a auditoria das irregularidades na utilização no nome “UFSC” por estudantes e docentes participantes de Empresas Juniores naquele centro, não o fez. Seu apoio às 30 horas mudou, tornou-se privado e depois desapareceu, limitou-se já como reitora à criar publicamente comissão de estudos e privadamente, o que vimos foi a destituição de chefias consideradas “permissivas” com as 6 horas e inúmeros relatos de repressões aos servidores em luta nessa pauta.

O que fez Roselane Neckel mudar de posição?

Embora possamos nos perder em explicações subjetivistas ou em teorias da conspiração, a coisa toda é muito mais simples: Roselane Neckel como reitora é a representante maior de um pacto de interesses, isso lhe permitiu vencer as eleições e chegar ao poder. Tal pacto representa a chegada à reitoria de um setor da vida universitária que nos últimos anos se ressentia das gestões representadas pela “velha direita”.

Esse setor, que representa uma camada alta sobretudo assentada no professorado, vive de projetos de pesquisa e acordos de cooperação nacionais e internacionais, movimenta milhões de reais em torno de suas atividades em núcleos e laboratórios. Seus interesses podem ser resumidos na flexibilização do modelo de universidade pública, na desregulamentação das questões contratuais e a incorporação dos parâmetros e metas do mercado à universidade.

São os principais beneficiários do melhor posicionamento da UFSC em relação aos grandes órgãos articuladores dos interesses da indústria como a CAPES e o CNPq, mas também em relação ao Ministério da Ciência e Tecnologia e ao Ministério da Educação.

Esse setor não questiona se a universidade pública deve ser gratuita ou particular, seus interesses pragmáticos os leva a defender que pouco importa, desde que o Estado realize progressivos investimentos de dinheiro público para as pesquisas e desenvolvimento de inovações nas empresas privadas. Pois, afinal, daí vem o fluxo constante da “economia de influência”, destaque pessoal e principalmente enormes somas de dinheiro pagas em bolsas e consultorias aos professores e alunos (principalmente de pós-graduação). Seus princípios e valores são os de uma direita renovada, no que diz respeito aos seus valores ideológicos, são “empreendedores”, defendem os valores e as formas de trabalho das particulares – moralmente, odeiam a estabilidade dos servidores públicos, a ausência de controles mais rígidos sobre o trabalho, detestam virtualmente a corrupção etc. De maneira irônica, nós chamamos essa “nova direita” de “pesquisadores-proprietários”. Esse setor viveu às sombras da “velha direita” (com seus métodos de apadrinhamento e escandalosos abafamentos), mas progressivamente encontrou, no ambiente montado na última década no país, uma afinidade que lhe permitiu crescer em número e em poder.

Era preciso então encontrar um novo rosto capaz de representar seus interesses, a primeira tentativa não foi Roselane Neckel, mas o ex-reitor Prata. Ele era aquele professor bem visto pela trajetória academicista, cheio de papers e conduzia um laboratório que trazia milhões em projetos. Portanto, partiu da velha direita deixar a cabeça de chapa ser um espécime autêntico dos “proprietários-acadêmicos”. Prata montou seu discurso investindo nessa imagem, “a UFSC do século XXI” prometia mais acordos de cooperação, maior interação universidade-empresa e a renovação dos ares na esfera do poder.

Não deu certo, obviamente, àquela altura esse setor já detinha força e identificação ideológica suficiente para implementar suas próprias demandas, e para isso precisavam de estabilidade política. E isso a associação Prata/Paraná não permitiu. A universidade convulsionava-se com o REUNI e as políticas de permanência estudantil.

Foi preciso procurar novos cenários, Roselane Neckel foi uma voluntária nesse jogo de forças. Soube aproveitar a oportunidade, capitanear as forças de esquerda por uma ou outra posição mais crítica do passado. Lançou às camadas médias o discurso da “gestão institucional” e da “democracia interna”. E abriu as portas para a entrada das cabeças-chaves articuladoras desse novo pacto de forças.

Os proprietários-acadêmicos receberam tanto espaço quanto quiseram pegar, assumindo as pró-reitorias e comissões assessoras que interessam aos acordos de cooperação, aos vínculos com os Ministérios (Educação, Indústria e o de Ciência, Tecnologia e Inovação) etc. Para conter os setores organizados de esquerda, conseguiu a adesão de um duplo setor: criou uma comissão sem função para os movimentos sociais e situou quatro cabeças-chaves: Roselane Campos, Lauro Mattei, Beatriz Paiva e Irineu de Souza. Irineu não ocupou cargo, mas foi um importante articulador, ex-candidato a reitor foi decisivo no apoio de importante setor dos STAE´s e estudantes, prestou apoio decisivo na substituição de cadeiras estratégicas do Conselho Universitário por meio das eleições para as unidades acadêmicas. Campos, Mattei e Paiva foram fundamentais, entre outras coisas, para cooptar passivamente as Brigadas Populares no movimento estudantil. As Brigadas não compuseram oficialmente a política da reitoria, mas não conseguiram romper seus vínculos simbólicos com a presença da tríplice. Exemplo disso foi o ENECO (Encontro Nacional de Estudantes de Economia), no qual embora Mattei tenha atuado de forma muito semelhante como Claudio Amante (pró-reitor da PRAE na gestão de Prata/Paraná), em 2009, o movimento estudantil havia conseguido impor a realização do ENECO naquele ano. Com Mattei não houve embate público – qualquer que tenha sido a atuação das Brigadas Populares, aconteceu na sala do pró-reitor e ali morreu. Resultado dessa fraqueza foi o custo doloroso para os militantes de base do CALE, que penaram para fazer o melhor com muito pouco que dispunham e sofrendo golpes e marretadas do gabinete da reitoria, que fez o que havia ao seu alcance para evitar a realização desse evento.

Não apenas as Brigadas Populares caíram nesse engodo, houve extensiva incorporação de sujeitos com trajetória na esquerda, ou ao menos num campo progressista, que passivamente carregavam consigo amplos setores confusos, ingênuos ou estúpidos demais para perceber o que acontecia. Os demais setores da esquerda (principalmente PSTU e Juventude Comunista Avançando) pagaram igualmente o preço das Brigadas Populares. De formas diferentes, aderiram ativa ou passivamente à iniciativas da reitoria e somente a muito custo realizam uma crítica que não seja pontual em um ou outro sujeito da gestão. O PSTU, já no primeiro ano demonstrou um discurso de ruptura, mas não tem peso na conjuntura geral. A JCA mantém uma defesa problemática de Roselane, atacando círculos menores e dirigindo suas energias à “velha direita”.

A ruptura de Campos-Mattei-Paiva com Roselane Neckel, mas e com o roselanismo?

Há poucos dias a tríplice (Campos, Mattei e Paiva) entregou seus cargos na gestão. Romperam com Roselane Neckel na administração da UFSC, mas de fato romperam com a política roselanista?

Uma carta e uma nota breve com seu pedido de exoneração circula pelas redes sociais. O caráter burocrático e institucionalista desses documentos esconde seu real significado.  Sob o discurso de incompatibilidades e tensões no cotidiano do trabalho escamoteia-se a ausência de autocrítica sobre o papel que desempenharam na gestão, e principalmente a crítica radical e rigorosa à reitoria da qual faziam parte.

Ainda que se possa dizer, reafirmando a fantamasgoria, que o tom dos documentos se deu para não fortalecer a velha direita e jogar a reitoria aos lobos famintos, isso só demonstra sua compactuação com os interesses dessa gestão. O rompimento com a figura de Roselane Neckel esconde a reafirmação da política roselanista! E é aqui que é preciso se desencantar, não houve uma saída à esquerda nesse ato. Pelo contrário, há apenas mais do mesmo.

Há um fenômeno inteiramente novo em curso: Roselanismo

É preciso ter em vista o sentido da política levada a cabo no atual momento da história da UFSC. O fenômeno se caracteriza por:

a) Um setor da direita melhora a sua posição no bloco no poder, se antes dependia da “velha direita” e de seus “velhos métodos”, agora assume a direção da política universitária.

b) A ruptura pelo alto com os elementos da “velha direita” (na privacidade dos gabinetes e de eleições para o Hospital Universitário e alguns Centros de Ensino) cria as condições de possibilidade para que o cadáver no armário seja usado (à revelia) para assustar e manter sob controle os elementos mais progressistas da comunidade acadêmica. Toda a crítica contra a reitoria é tida pelo senso comum como “entregar Roselane aos cães raivosos” e “fortalecer a direitona”.

c) Alguns sujeitos (os menos radicais) são incorporados à gestão de forma a manter na coleira os grupos e movimentos políticos que se identificam simbolicamente a eles.

E o mais importante:

d) Todos os processos políticos são incorporados ao âmbito do Estado (da reitoria), o Conselho Universitário passa a ser o palco do gasto inútil de todas as energias. Melhor lugar não há: Roselane-Lúcia não precisa se posicionar sobre nada, todo o jogo é decidido pelos relatores e os embates. Nesse jogo de forças ela assume a posição de uma mediadora universal capaz de encontrar o “caminho do meio”. A direita encontra nela um elemento justo, enquanto a esquerda fica com a impressão de que foi vencida pela “direitona” (um direitoso ou outro que esteja lá como espantalho) ou pelo “professorado conservador”.

O Roselanismo teve a capacidade de articular quase todos os processos de lutas e circunscrevê-los ao âmbito da administração central. Enquanto coloca setores opostos para se degladiarem em lutas com péssimos prognósticos, o setor hegemônico pode dirigir uma profunda reestruturação produtiva na UFSC. É isso que insistentemente a esquerda não nota, porque não sabe mais fazer análise de conjuntura.

Frente a esse cenário que só muito tardiamente começa a se modificar (na consciência desta esquerda), a UFSC ainda permanece cercada pelo imobilismo. A incapacidade das organizações de esquerda em encarar decididamente que não há aliança possível com os setores dominantes da UFSC, custa a cada dia a desorganização das bases sociais de todas as categorias na universidade.

A demonstração terminal disso foi a vitória no CFH contra as empresas juniores. Enquanto a esquerda quase totalmente encarava esse processo de lutas como algo menor – pois perdida em sua embriagues, pensava que EJ não tem nada a ver com currículo, trabalho docente e a nervura central do setor hegemônico (dos acadêmicos-proprietários) – os independentes foram capazes de romper com o Roselanismo e afirmar um projeto de universidade pública, laica, gratuita e radicalmente oposta aos interesses do mercado.

Foi por meio dos independentes, que formaram uma consciência socialista e marxista sobre a universidade, que foi possível reunir setores da esquerda e fazê-los cumprir as tarefas que se impunham. Agora vencida a pauta, tais setores podem até querer reivindicar para si essa vitória coletiva, mas isso não resiste a qualquer análise de conjuntura séria.

Contudo, longe de fazer uma elegia (ou pior, um apedrejamento) aos militantes independentes e sua “virtuosa” independência, temos que fugir desse joguete para pensar mais alto: independência tem limites radicais, só a política coletiva pode conduzir a processos de lutas mais prolongados e radicais de que precisamos para efetivar uma universidade popular no socialismo (ou seja, uma universidade que desde agora se orienta pelos princípios e goza das virtudes que almejamos em uma sociedade pautada pela vida em coletividade).

Mas o que fica mesmo como a dura lição a aprender, é que tais militantes foram os únicos sujeitos políticos reais a colocar todos os sujeitos da esquerda em unidade de prática. A consequência disso é que conduziram uma luta com vitórias reais neste último ano, algo que não se vê na UFSC há anos. E mais, subiram às mesas e convocaram as maiores assembléias ocorridas em tempos de Roselanismo, para mostrar que o socialismo tem muito a dizer sobre esta universidade. Sem estereótipos, falando desde a linguagem do estudante, mas principalmente sem medo de dizer seu nome: nós vencemos.

Que fazer?

É preciso retomar os movimentos pelas bases, com programas sérios e comprometidos com a realidade. Vemos inúmeros embates nas redes sociais, lá há inúmeros corajosos companheiros que na realidade nada mais fazem do que palavreado. Lutas e discursos coerentes foram aqueles que nos levaram a vencer as Empresas Juniores no CFH, sem mentiras ou rebaixamento programático como fazem alguns, nem esquerdismos como fizeram outros.

Vencemos num centro que em absoluto não é majoritariamente de esquerda, sequer progressista (isso é um passado no CFH) que não pode obliterar nossas análises de conjuntura. Vencemos porque tivemos uma estratégia e uma tática, soubemos dirigir nossos discursos sem manipulações, demonstrando que o socialismo sabe qual universidade quer e que esta universidade ainda produz tesão na juventude!

Não há mais nenhum elemento progressista no arco de alianças que dirige a UFSC.Aqueles que não compreenderem isso logo estão fadados à morrer na praia. Ficarão nessa postura débil de “traídos pela esperança” e seus conchavos na sala da reitora continuarão a se tornar tapinhas nos ombros depois de perder as pautas. Aquela esquerda que não aprender tal lição e romper com o Roselanismo, esperamos que seja abandonada o quanto antes pela sua base – trabalharemos todos os dias para isso. Há tarefas históricas que se impõe, os estudantes caminham uma vez mais, há menos que chorar entre mortos e zumbis e mais por fazer a hora!

Por isso, é imprescindível pensar a UFSC para além de qualquer aliança com tais setores. Roselane prometeu mudanças, não fará nenhuma em defesa da universidade plúbica. Sendo assim, cabe a nós pegarmos o que havia e impor sobre ela: os estudantes, TAE´s e professores já não devem mais esperar uma mudança profunda na estrutura de poder dessa universidade: devemos fazê-la nós mesmos. É preciso reconstruir uma ampla maioria, com unidade programática aberta à esquerda – o nome que poderá nos guiar nesse caminho será aquele com uma única proposta: a ESTATUINTE. Não sabemos quem será o nosso candidato, mas ele disputara a UFSC em torno de um só projeto: uma verdadeira democracia e radical na UFSC.

Há um espectro, vamos fazê-lo rondar a UFSC!

Florianópolis, 16 de fevereiro de 2014.

* O UFSC a esquerda está aberto a participação de professores, TAE´s e estudantes de esquerda.

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