Imagem: Cartaz publicado pela Associação de Pós-Graduandos da UFSC
José Braga* – Redação UàE – 19/09/2019
A votação on-line da Associação de Professores da UFSC (APUFSC) que decidirá por greve ou não já teve 1.107 votantes. Até às 17 horas qualquer filiado ainda pode votar.
Esta forma, a votação on-line é digna de muitas críticas nas fileiras dos que lutam. Afinal, ela permite àqueles que não se implicaram na construção de uma decisão peso sobre ela. Ou seja, não é necessário participar de nenhum debate coletivo, discutir os diferentes pontos de vista, se implicar com o destino conjunto dos trabalhadores para decidir não apenas a forma das lutas, mas mesmo impedir que aconteçam.
Ela propicia o individualismo como guia das decisões. Por exemplo, no caso desta votação dos professores, alguém que está com suas férias agendadas, viagem marcada, etc. e não quer se implicar na greve, repor aulas, atrasar o calendário por conta disso, pode decidir por aqueles que estão dispostos a lutar.
Por isso, temos em nossa classe a tradição de discutir a luta em debates prévios e decidir coletivamente em assembleias – um momento de todos. Ainda que possamos incorporar a tecnologia, por exemplo com vídeo conferências para aqueles que estão longe.
De qualquer modo, o resultado desta votação da APUFSC será importante. Ela poderá dar fôlego às lutas na UFSC e contribuir para que daqui se irradie a vontade e o desejo de lutar, se irradie a construção de uma grande greve nacional.
Se os professores disserem sim a greve por tempo indeterminado aqui, esta mesma pergunta será levada a todas às universidades. Poderemos ser a faísca de uma grande greve que seja capaz de derrotar o “Future-se” e os cortes orçamentários, bem como mostrar a força das instituições federais de ensino barrando o caminho da quebra da estabilidade e enxugamento do pessoal docente e técnico.
Nós temos uma grande responsabilidade: a luta que começamos a travar aqui será exemplo para outras universidades e institutos país afora. Por isso, professor, é hora de votar sim pela greve! Ainda dá tempo!
*O texto é de inteira responsabilidade do autor e pode não refletir a opinião do Jornal.
