[Debate] Contribuições para o debate sobre a crise brasileira – 3ª parte

Allan Kenji Seki* para o UFSC à Esquerda – 17/10/2017

Fonte: Elaboração própria com dados da Controladoria Geral da União, Ministério da Fazenda e do Orçamento Público Federal (2003-2016)

 

Entre 2014-2016, enquanto vomitavam sobre as nossas cabeças que o orçamento federal estava em crise, o Governo Federal ofereceu de bandeja R$ 171,2 bilhões apenas em subsídios para “o mercado” – dados da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae/Ministério da Fazenda). Para se ter ideia do montante, caberia nesta pá mais de quatro vezes todas as transferências para os fundos e programas sociais aplicados em 2016 (R$ 41,6 bilhões) 14,7 vezes o volume de recursos que foram cortados do financiamento das pesquisas no Brasil em 2017. Desde 2003, primeiro ano do Governo Lula, o montante total de subsídios alcançou a cifra astronômica de R$ 543,4 bilhões em subvenções ao empresariado. Esse montante, que em qualquer país sério levaria empresários e políticos para a prisão, é equivalente a três vezes o déficit da previdência em 2017. Há aqui uma sangria de recursos públicos, capitaneados através de impostos recessivos que recaem pesadamente sobre as costas do consumidor comum. O mote da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), “Não vamos pagar o pato”, aqui, revela o seu real significado: evidente, quem paga a conta da farra com os recursos públicos são os trabalhadores brasileiros, lascados duplamente: pelo trabalho explorado por capitalistas-santificados-empreendedores e, por outro lado, pela chibata dos impostos que carcam a pele a cada novo ato de consumo.

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