Mensagem aos leitores: recesso das editorias

2017 tem sido um longo ano para a classe trabalhadora. Tão longo que não terminará com os fogos da meia-noite do dia 31. As consequências dos ataques às nossas condições de vida permanecerão e se aprofundarão nos próximos anos. Enquanto aprovavam a Reforma Trabalhista por sobre nossas cabeças, presenteavam a burguesia com toda a sorte de benefícios (desonerações fiscais, refinanciamentos…). A reforma já começou seus estragos: em novembro, quando entrou em vigor, o desemprego aumentou com mais 12 mil vagas fechadas. E ainda que elas possam ser recompostas, o serão em condições ainda mais precárias.

Nestes últimos dias os ataques a nossa classe não cessaram. No Brasil e ao redor do mundo continuamos a receber notícias da brutalidade da vida sob o capital. A Reforma da Previdência foi aprovada na Argentina, mesmo com os massivos protestos de nossos irmãos. Na Cisjordânia, o exército israelense prendeu a jovem militante Ahed Tamini e poucos dias depois levou também sua mãe. Em Florianópolis, a precarização da saúde paralisou as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), e a prefeitura anunciou o aumento das passagens do transporte coletivo que chegam a R$3,99 no cartão e R$4,20 no dinheiro.

Mas, este foi também um ano de muitas lutas. Nossa classe pode esboçar novamente suas forças nas tentativas de realizar a greve geral e com o grande ato em Brasília em maio. Pudemos depois de muitos anos de encapsulamento na estratégia petista, experienciar grandes lutas. E mesmo com as derrotas e as traições seguimos resistindo. Resta-nos ainda a tarefa de extrair o melhor deste momento, para pensarmos nossas estratégias e táticas.

Na Universidade não foi diferente. A burguesia não pode tolerar o avanço do conhecimento sobre nossa sociedade, e usa de diferentes meios para esvaziar seu sentido mais pleno. Avançam sobre a Universidade Pública as estratégias privatizantes, as restrições orçamentárias. E tem exigido de nós, universitários, força para defendê-la e criatividade para transformá-la na direção de uma Universidade comprometida com os dilemas de nossa classe.

Para nós há ainda uma característica marcante neste ano. Completamos 4 anos de trabalho com nosso jornal, alcançamos 6.000 seguidores, e começamos os trabalhos com a Escola de Formação Política da Classe Trabalhadora Vânia Bambirra. Mais um ano que seguimos no esforço de construir instrumentos comprometidos em informar e formar, em colocar em circulação as ideias socialistas.

2017 tem sido um longo ano. 2018 não promete ser diferente. Com isso nossos editores diários estão fazendo um breve recesso para recobrar as energias. E mesmo assim o UàE continuará publicando notícias, especialmente atentos as lutas neste começo de ano contra o aumento das passagens e informando a comunidade sobre as eleições para a reitoria.

Desejamos aos nossos leitores que também possam recompor as forças. Seguiremos resistindo e criando lado a lado. Com a certeza que em nossas trincheiras seguimos sonhando o impossível!

Venceremos!

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