Jonathan F. – Redação UàE – 16/05/2019
Um dia após as manifestações do dia 15, estudantes do curso de Farmácia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) deflagraram uma greve por tempo indeterminado. As condições precárias do curso, a total falta de infraestrutura e de ações para a resolução dos problemas culminaram em um incêndio na Farmácia Escola o que gerou grande indignação e impulsionaram os estudantes a lutarem por estas melhorias.
No entanto, estes problemas não são recentes. Há 50 anos o curso de farmácia sofre com a precariedade da estrutura física das salas de aula e dos laboratórios. O curso está alocado em um galpão “provisório”. Construído sob telhas de brasilit, o galpão que chamam de prédio do curso de farmácia conta com apenas 4 salas de aulas para atender a demanda de todas as turmas, além disso 3 destas salas estão com o ar condicionado quebrado.
O prédio sofre com a precariedade das instalações elétricas, por ser um galpão provisório, as manutenções precárias, resultaram em diversas gambiarras que colocam em risco as pessoas que utilizam o prédio. Essa precariedade se manifesta desde de faíscas lançadas de um destilador no meio da aula, até no incêndio ocorrido neste último final de semana.
As questões da estrutura do prédio são apenas alguns dos diversos problemas que os estudantes, técnicos e professores enfrentam cotidianamente. No início deste semestre, em virtude da falta de materiais, as aulas quase que não começaram. O curso estava com falta de itens básicos como luvas e gazes. Para amenizar a situação e iniciar as aulas, a reitoria liberou em caráter emergencial um repasse de oito mil reais, mas a ameaça de falta de materiais ainda está presente no departamento.
Dentro do Centro de Ciências da Saúde, este é curso apresenta a maior quantidade de publicações de artigos e registro de patentes, o que mostra em determinada medida que mesmo enfrentando estes grandes desafios, os estudantes da farmácia mantém o compromisso com a produção de conhecimento.
Neste cenário de grande precarização e de iminência de fechamento das universidade federais, os estudantes de farmácia e sua combatividade nos enchem de esperança e inspiração para travarmos as lutas necessária para vencermos os problemas que estão postos. Amanhã dia 17 de maio, haverá uma reunião entre professores, chefia do departamento e do Diretório Acadêmico para discutirem as saídas para este grande descaso que este setor da UFPE vem sofrendo.
*Em virtude do histórico de perseguição e criminalização dos estudantes da UFPE ocultamos o nome das fontes que repassaram as informações sobre o curso