Morgana Martins – Redação UFSC à Esquerda – 24/04/2023
O Centro Acadêmico Livre de Psicologia (CALPsi) convocou uma Assembleia Estudantil para o dia 26 de abril de 2023, próxima quarta-feira, às 9 horas (no horário discente), com pauta única para discutir o racismo cotidiano na Psicologia e ações de enfrentamento. O local em que ocorrerá a Assembleia ainda não foi confirmado.
Segundo o CALPsi, a ideia é debater a pauta enquanto categoria estudantil para depois ser levada a uma assembleia de curso para as demais categorias da universidade.
Uma situação que ocorreu no início do mês de abril e foi publicizada pela entidade foi uma pichação no bloco do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), sugerindo a intervenção psiquiátrica de um membro do Centro.
Parte da nota de repúdio feita pela entidade diz o seguinte:
“É importante que os estudantes de Psicologia sejam críticos a sugestões como essa e procurem repudiar manifestações que sejam responsáveis por segregar determinados corpos.
Estamos em contato com a coordenação do curso, direção de centro e demais autoridades responsáveis pelo CFH e pelo espaço físico da universidade, acompanhando as medidas que serão tomadas e exigindo que o caso seja investigado com rigor.”
Após o ocorrido, o CALPsi chamou uma intervenção artística no CFH, que ocorreu na última quinta-feira, dia 20. Foram colados cartazes pelo Centro com questionamentos sobre a pichação: “quais corpos são institucionalizados? mulheres, LGBTQIA+, negros, PCDs, pessoas em situação de rua, imigrantes, idosos”.
A pichação ocorreu no mesmo dia em que se iniciou a XII Semana Acadêmica de Psicologia (SEMAPSI) intitulada “Psicologia em luta: por Virgínias, Tembés e Nitas”, que discutiu, dentre outros temas, diversas temáticas antirracistas.
A entidade também se reúne amanhã (25) ao meio dia na sala 311 do CFH para discutir a Assembleia Estudantil.
Participar dos espaços deliberativos dos cursos, bem como das entidades estudantis, é uma parte muito importante da vida universitária, pois torna coletivos problemas que parecem individuais e, assim, é possível pensar conjuntamente e criticamente saídas políticas para os dilemas que assolam a classe trabalhadora cotidianamente.