José Braga– Redação UàE – 02/08/2017
Na noite de hoje, 02 de agosto, a Câmara dos deputados rejeitou a continuidade da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva no caso J&F Investimentos. Para que prosseguisse a denúncia precisaria de 342 votos dos 513 deputados. A votação ainda está ocorrendo, mas com o placar atual de 174 contra o prosseguimento da denúncia, 147 a favor e 13 ausências/abstenções a denúncia já está rejeitada.
Mais uma vez a Câmara dos Deputados demonstrou que não tem qualquer compromisso ético, mas com toda sorte de interesses escusos e particularistas. Abrindo os cofres das emendas parlamentares, que de acordo a agência lupa (ligada ao jornal burguês Folha de São Paulo) tem entre valores empenhados e pagos R$ 3,1 bilhões – dos quais R$2,34 bilhões apenas em Junho e Julho deste ano – o governo negociou o apoio de grande número de deputados.
Entre os interesses particulares, com as emendas para seus estados de origem, e suas bancadas empresariais e religiosas os deputados demonstraram o que há de pior dos políticos e burgueses desse país: o cinismo, a imoralidade e o absoluto desprezo pelo destino de milhões de trabalhadores. Entre louvores a alta da bolsa com a expectativa da rejeição da denúncia; justificações absurdas como a de que a rejeição não absolveria o presidente que seria julgado ao fim do mandato de acordo com os deputados, ou seja, a conivência escancarada com a corrupção no mais alto cargo da república; e pregações contra o comunismo (sic) venceu o mar de lama.
Aparentemente os fatos: receber um mega-empresário nos porões do palácio do Jaburu, no alto da noite e fora da agenda; a mala de dinheiro de Rocha Loures; a delação foram insuficientes para constranger os deputados. A tendência é que Temer sai fortalecido para seguir as reformas de sua política de devastação.