Morgana Martins – Redação UàE – 09/07/2020
Publicado originalmente em Universidade à Esquerda.
No dia 2 de julho, estudantes de diversos cursos iniciaram na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) uma campanha contra a precarização da educação e contra o ensino remoto. A campanha tem como objetivo pressionar as representações estudantis que não tem levado o debate às bases, construir uma oposição em conjunto com Centros Acadêmicos e pressionar a reitoria.
Fazem parte estudantes de diversos cursos da UERJ, como Geografia, Arqueologia, Letras, História, Artes Visuais, História da Arte, Pedagogia, Geologia, Psicologia e Direito de diversos campi.
Os estudantes apresentam que o Ensino Remoto Emergencial, ERE, trará inúmeros prejuízos à comunidade uerjiana e ao seu corpo estudantil, pois faz parte de um projeto que visa atacar as universidades brasileiras, aprofunda as desigualdades e as difíceis condições de permanência dos estudantes e não considera que a universidade é muito mais do que o ensino.
Confira um trecho da carta escrita pelos estudantes:
“Com a transferência do ensino presencial para a forma remota durante a pandemia, abre-se a brecha para que no pós-pandemia possam implementar o EaD em algumas matérias. Pois, vejamos bem, em um momento de corte de verbas para a educação (EC95), cairá como uma luva, ao invés de contratar novos professores, transferir matérias presenciais para serem feitas de forma online. Além disso, as matérias eletivas, que ajudam a estudar a área que queremos nos especializar, serão ainda mais escassas.
[…]
O momento não é de voltar as aulas. A UERJ nunca parou. A função social da universidade em um momento de pandemia não é a de criar um modelo de ensino ainda mais excludente, elitista e que evidencia seu racismo institucional, pois apesar de ainda poucos negros e negras terem ingressado na academia, esta nunca se adaptou a estes novos estudantes.”