Martim Campos – Redação UàE – 17/07/2020
O Representante da Associação de Pós Graduandos da UFSC, Hiago Mendes Guimarães, manifestou desacordo com a adoção do Ensino Remoto na UFSC, apontando a importância de que a universidade cumpra seu papel de promover a igualdade e mudança social. Na retomada de uma “normalidade”, apenas contemplaria uma parte da comunidade acadêmica deixando muitos para trás na implementação do ensino remoto.
Confira na íntegra:
Bom dia magnífico reitor e a todas e todos presentes e que nos acompanham.
A APG/UFSC manifesta seu desacordo com o retorno das atividades por via remota, entendendo que a universidade que queremos visa uma educação universal, integral, que promova a igualdade e a mudança social. Ao longo dos últimos meses, observamos uma preocupação em retomar uma “normalidade” que contemplará aquelas pessoas que, a despeito de tudo, já estão em boas condições. Em contrapartida muitas outras serão prejudicadas. E as prejudicadas serão as pessoas pobres, negras, indígenas, trans e classes já oprimidas. No caminho do aprofundamento da desigualdade social, promovida pelo Governo genocida que está em brasília.
As questões acima nos movem a rechaçar a substituição das aulas presenciais por aulas remotas. O que incentivamos para este momento é que sejam pensadas as possibilidades de atuação da UFSC enquanto instituição pública de ensino. Sendo o que é, seu primeiro passo é pensar nas consequências de decisões da instituição no que tange às condições concretas de vida de um grande contingente de pessoas – no qual estão inclusos não somente discentes, mas técnicos-administrativos, docentes, inclusive os docentes substitutos, e a comunidade externa.
Apesar deste posicionamento, não abrimos mão do nosso papel de construir e disputar as políticas em implementação. Neste sentido, saudamos os trabalhos da Comissão, que compomos, e apresenta a minuta de hoje. Que, com suas limitações, apresenta um resultado justo e democrático, em contraste com o que presenciamos em nossa categoria na CPG. Devemos prezar e defender a educação pública, gratuita, popular, de acesso universal e com garantias de permanência. Precisamos resistir a agenda neoliberal de sucateamento da educação, que tenta se aproveitar deste momento para passar uma agenda privatista e de precarização do ensino.
A APG publicou na semana passada uma nota sobre a sua posição em relação ao ensino remoto como substituição de aulas presenciais.
Confira na íntegra a posição da APG
