Foto: Airton Jordani
Flora Gomes – Redação UàE – 17/07/2020
Quando anunciada a possibilidade da adoção do Ensino Remoto em decorrência da suspensão das atividades presenciais de ensino, um dos pontos mais defendidos tanto pelo movimento estudantil, quanto por parte das outras categorias, foi a da garantia de permanência estudantil. A própria participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) nos comitês e subcomitês, bem como a de outros representantes mais à esquerda, havia sido justificada pela necessidade de assegurar condições mínimas de permanência para a adoção ao Ensino Remoto Emergencial.
Ainda que grande parte dos destaques da minuta tenham alguma relação com as condições, mais ou menos garantidas, para os estudantes desenvolverem atividades de ensino, havia um ponto mais específico sobre o tema. O ponto constava como inclusão no Artigo 4º, que diz sobre ser de responsabilidade da UFSC:
“(…) reiniciar as atividades de ensino não-presencial do semestre 2020.1 apenas quando estiverem asseguradas a infraestrutura tecnológica necessária e a capacitação de estudantes e docentes.”
Esse é um ponto sensível para aqueles que resumiram as problemáticas do Ensino Remoto às questões de acessibilidade, porque apontaria para a necessidade de a instituição assegurar condições mínimas de acesso aos estudantes antes de o início das atividades remotas.
A votação 13, que diz respeito a esse ponto, foi acirrada: 29 votos a 30 pela não inclusão do destaque. Foram feitos alguns apontamentos sobre essa votação em específico, já que foi bastante apertada. O Conselheiro Irineu de Souza (CSE) apresentou uma questão de ordem que alegava a incoerência da votação, uma vez que foi acirrada e apresentava incoerência entre o número de votantes e a soma das votações. O regimento prevê que nas reuniões do Conselho Universitário não é permitida a abstenção.
Essa ponto também levantava outra questão polêmica porque apontaria para a necessidade de capacitar estudantes e professores ao uso de plataformas e tecnologias remotas, o que tem sido debatido pelos setores críticos como uma das forma de conformar a estrutura da universidade a uma adoção permanente ao Ensino a Distância.