Imagem: Montagem UFSC à Esquerda.

[Notícia] Documentário: Estudantes Expulsos – A Situação da Moradia Estudantil na UFSC

Caroline Custódio – Redação UFSC à Esquerda – 23/05/2022

A questão da moradia para os estudantes que ingressam e permanecem na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desde o início de funcionamento dessa instituição é uma questão central, uma vez que a política de moradia faz parte de pensar o processo integral de formação dos estudantes. Com o passar dos anos, porém, essa questão vem se aguçando cada vez mais.

Com o retorno das atividades de ensino presencial na UFSC a partir de abril de 2022, em um contexto de crise no país, os estudantes que retornam e que chegam pela primeira vez se deparam com um abismo. O preço dos aluguéis em Florianópolis está exorbitante, e pagar por uma minúscula kitnet sem nem janelas sai por cerca de R$900,00.

Mas e como a UFSC se posiciona nesse contexto de especulação imobiliária desumano?

A UFSC oferece como política de permanência a Moradia Estudantil, que oferece hoje menos de 200 vagas para um público de mais de 30 mil estudantes em todos os campi. Ou seja, a política não chega a contemplar nem 1% dos estudantes, e nos campi do interior não há nenhum vislumbre de alcance dessa política.

Para mais informações sobre as vagas da Moradia e projeto inicial dessa estrutura, leia: Quem se beneficia da atual política de moradia estudantil da UFSC?

Em 2016, o UFSC à Esquerda publicou um documentário intitulado Estudantes Expulsos – A Situação da Moradia Estudantil na UFSC. Na época, estudantes que aguardavam pelo acesso a política e que não possuíam outro lugar para habitar ocuparam espaços ociosos da estrutura e foram expulsos de forma violenta pela polícia, que foi acionada pela reitoria.

Viaturas foram até o local retirar de forma violenta os estudantes, através de um processo de criminalização, por parte da reitoria, sobre os movimentos que lutam por melhores condições de ensino.

O UFSC à Esquerda conversou com alguns desses estudantes que relataram sobre os aluguéis absurdos em torno da universidade, que na época (2016) estavam por cerca de 700 reais, situação que agora encontra-se até mesmo pior. 

Como relata um dos estudantes no Documentário, os estudantes não vivem apenas de aluguel. Sbreviver em Florianópolis morando, se alimentando, se vestindo e estudando tem sido uma tarefa árdua. A situação é tão difícil que há uma boa parcela de jovens que ingressam no vestibular, um processo já excludente, e acabam tendo que desistir do sonho e projeto de estudar na universidade pública por não ter como morar e se alimentar.

Desde a implementação das cotas percebe-se uma maior democratização do acesso à universidade, porém não se percebe concomitante a isso um esforço em se garantir a permanência dos estudantes e de se construir uma estrutura universitária completa.

Há anos a UFSC promete ampliar as vagas da Moradia Estudantil e nada se cumpre. No documentário os estudantes relatam também sobre a grande burocracia que é concorrer a uma vaga, expressando que o processo aparece muito mais como um entrave político do que de fato como critérios para tornar o acesso mais justo.

Frente a isso, quais alternativas são apresentadas aos estudantes?

O Documentário Estudantes Expulsos – A Situação da Moradia Estudantil na UFSC está disponível em nosso canal do Youtube e contribui para pensar a especulação imobiliária em Florianópolis, a situação da estrutura de Moradia Estudantil na UFSC e sua evolução no decorrer dos anos, o que são as políticas de permanência e o que se espera de uma reitoria que possua um projeto de Universidade Pública. Confira:

 

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