Imagem: DCE UFMT
Mobilização ocorre no momento em que a política fiscal do país está em pauta
Flora Gomes – Redação Universidade à Esquerda – 31/03/2023
Na última segunda-feira (27) foi aprovado com 57% dos votos no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Consepe/UFMT) a proposta de retirar R$ 2 milhões da Assistência Estudantil para pagar o aumento nos contratos das empresas terceirizadas que gerenciam os três Restaurantes Universitários (RUs) da instituição. A decisão impacta nos valores oriundos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e deve ainda ser discutida no Conselho Universitário (Consuni) e no Conselho Diretor. Diante desse quadro, estudantes da universidade organizaram diversas mobilizações nos diferentes campi da instituição.
Na capital, no dia em que a proposta foi aprovada, os estudantes fizeram um ato em frente à Reitoria. No dia seguinte, fecharam a entrada principal da UFMT. No Campus Araguaia houve um ato em frente ao RU na quarta-feira (29/03). Neste mesmo dia, no principal campus da instituição, alunos do curso de Geologia ocuparam a reitoria, reivindicando reajuste nas diárias de aula de campo e nas bolsas do Programa de Educação Tutorial (PET).
Segundo reportagem do Andes-SN, o orçamento para assistência estudantil foi de R$ 8 milhões em 2022. Neste ano, o valor seria reduzido para R$ 6 milhões. Com a aprovação da proposta, essa redução na assistência seria transferida diretamente para as empresas privadas que gerenciam os RUs, que teriam seus contratos aumentados de R$ 7,9 milhões para R$ 9,2.
A mobilização em torno da destinação orçamentária da UFMT ocorre no momento em que a política fiscal do país está em pauta. A proposta apresentada pelo Governo Lula ainda mantém a política de restrição de investimento nos chamados gastos primários, que inclui a pasta da educação e deve incidir diretamente nas universidades.