Foto: Sindimetro-MG
Maria Alice de Carvalho – Redação UàE – 29/05/2018
Nesta terça-feira (29/05), nono dia da greve dos caminhoneiros, metroviários de Belo Horizonte entram em greve. A paralisação aprovada pela categoria em assembleia no dia de ontem (28/05) reivindica, de acordo com o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG)¹, o reajuste salarial desses trabalhadores.
A greve com escala mínima, ou seja, com o metrô funcionando apenas das 5h30 às 9h30 a partir do dia de hoje, foi tirada por tempo indeterminado e uma nova assembleia na tarde de hoje avaliará a continuidade ou não do movimento.
De acordo com o Sindimetro-MG, a categoria dos metroviários se encontra sem reajuste salarial desde o ano passado. Os trabalhadores denunciam a indefinição patronal com relação às negociações salariais de 2017 e 2018 e reivindicam o aumento do Índice de preços no consumidor (INPC) de 2017/2018 em torno de 4,9%; a última proposta da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) foi de um aumento de 3,26%, o que foi julgado como insatisfatório pelos trabalhadores metroviários. Além de a empresa se negar a aumentar o INPC, de acordo com o sindicato, ainda quer cortar 13 itens conquistados em acordos coletivos anteriormente.
Às 10h do dia de hoje, houve uma audiência entre os metroviários e a CBTU no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e os encaminhamentos dessa reunião serão apresentados à categoria às 18h em Assembleia Geral na Estação Central (Centro de BH), para que então se decida se a paralisação continuará ou se haverá mudanças na programação feita pelos trabalhadores.
Nos panfletos que os metroviários distribuíam durante o dia de ontem nas estações de transporte, denunciavam que
[…] foram poucas as categorias de trabalhadores que conseguiram aumento salarial nos últimos dois anos. E a continuar dessa maneira, sem que os trabalhadores impeçam a destruição dos direitos duramente conquistados, poderemos chegar a uma situação de penúria e fome como jamais visto em nosso país.
E por entender que a situação é muito grave, os metroviários decidiram que farão o possível para evitar o arrocho salarial e a retirada de direitos. Entendemos que ao lutar por nossos direitos e conquistas, estaremos incentivando outros trabalhadores e outras categorias a combater no mesmo sentido”²
Metroviários de São Paulo discutem possibilidade de Greve
Na terça-feira que vem (05/05), metroviários de São Paulo se reunirão em assembleia para discutir a possibilidade de uma greve da categoria em apoio aos caminhoneiros. Dirigentes sindicais da categoria estão propondo o chamado de uma greve geral para o mês de junho.
Em nota lançada em apoio à greve dos caminhoneiros e dos petroleiros, nesta segunda-feira (28/05), os metroviários de SP afirmam que
“A luta se dá em um momento em que a alta do preço dos combustíveis e do gás de cozinha atingiu um patamar inaceitável para os trabalhadores e à população. Praticada pelo governo Temer desde 2016, com a nomeação de Pedro Parente à presidência da Petrobrás, a política de tarifas foi alinhada à variação do dólar, atendendo somente aos interesses do grande capital internacional e onerando o povo brasileiro.
Por trás disso reside as intenções de privatização da empresa brasileira. Nos últimos seis meses o preço dos combustíveis foi reajustado 120 vezes atendendo às demandas do mercado internacional.”³
¹ http://www.sindimetromg.org.br/
²https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2018/05/28/interna_gerais,962420/metroviarios-panfletam-sobre-greve-em-bh-amanha-e-aguardam-audiencia-n.shtml
³http://www.metroviarios.org.br/site/apoio-as-greves-dos-caminhoneiros-e-petroleirosapoio-as-greves-dos-caminhoneiros-e-petroleiros/