Por Maria Fernandez da redação do UàE em 04 de maio de 2017
No último domingo, dia 30 de abril, indígenas da etnia Gamela foram brutalmente atacados por fazendeiros e seus capangas na cidade de Viana no Maranhão. O ataque se deu por meio de uma tocaia e acabou com vários indígenas feridos: baleados, com mãos decepadas e joelhos cortados. Os indígenas foram atingidos também por pauladas e facões. Há registros de 13 feridos, sendo 5 casos mais graves. O discurso da mídia retrata o ocorrido como “confronto” escondendo o real massacre dirigido ao povo Gamela que não teve possibilidade de defesa.
O ataque ocorreu durante o momento que o grupo se retirava de uma terra tradicional. Desde 2013 o povo indígena luta pela demarcação de uma área de cerca de 14 mil hectares que teria sido grilada nos anos 70 e 80 na região.
Diante da atual situação de enfraquecimento da FUNAI [Fundação Nacional do Índio] e de aumento na morosidade nas demarcações de terra indígenas, já escassas, a tendência é que ataques como este se multipliquem pelo país. A violência é endossada pelo atual apoio aos interesses ruralistas em detrimento dos direitos indígenas.
Na terça-feira, dia 02 de maio, foi realizada audiência pública com a presença de diversas entidades que demonstraram apoio irrestrito e solidariedade ao povo Gamela. Dessa audiência foram retirados encaminhamentos entre ações jurídicas e novas mobilizações como um ato em São Luíz e uma caravana.
O povo Gamela esteve mobilizado durante as atividades do dia 28, em que realizaram um bloqueio de rodovia e continuarão na luta contra os retrocessos e ataques à classe. É necessário denunciar esta atrocidade do capital sobre os corpos e existência de todo um povo.