[Notícia] Pfizer divulga receita de US$ 3,5 bilhões no primeiro trimestre do ano

Helena Lima – Redação Universidade à Esquerda – 06/05/2021

A empresa farmacêutica Pfizer divulgou na última semana sua receita no primeiro trimestre de 2021 no valor de três bilhões e meio de dólares. A venda de vacinas do covid-19 representa um quarto do faturamento geral da companhia.

Segundo o New York Times, os lucros não foram revelados pela empresa, mas de acordo com a margem de lucro divulgada, acima de 20%, pode-se estimar cerca de 900 milhões de dólares acumulados na farmacêutica.

Além disso, com a parceira alemã BioNTech, a Pfizer estima receitas de US$ 26 bilhões em 2021, decorrente do aumento da produção, em detrimento dos US$ 15 bilhões estimados em fevereiro.

Diferente de outras empresas farmacêuticas, como a Moderna, que produz exclusivamente a vacina do covid-19, a Pfizer produz outros medicamentos muito lucrativos. Em 2020, a companhia já tinha um lucro de nove bilhões e meio de dólares, antes da venda da vacina influenciar em seus resultados.

O remédio da Pfizer para colesterol, por exemplo, é o mais lucrativo, tendo acumulado mais de US$ 125 bilhões nos últimos 15 anos.

Segundo o canal BBC, o valor reportado pela Pfizer neste ano teve um aumento de 45% em relação ao mesmo período no ano passado, o que demonstra o peso da venda das vacinas em seus lucros.

A empresa não tem transparência nos lucros obtidos por venda da vacina. No entanto, a farmacêutica prioriza as vendas a preço mais alto, sendo a dose a US $19,5 nos Estados Unidos e US$ 30 em Israel.

A notícia dos ganhos da Pfizer neste semestre ampliou a discussão sobre as prioridades de vacinação ditadas pela empresa. Desde o início da vacinação, 87% das 700 milhões de doses foram aplicadas nos países centrais. Nos países ricos, cerca de uma em cada quatro pessoas já recebeu a vacina. Nos países pobres, a proporção é de uma em 500.

A Pfizer está trabalhando agora para demonstrar ao mundo que está preocupada com interesses gerais. Apesar de suas declarações, no entanto, as vacinas vendidas para os países pobres “a preço de custo” são uma parte ínfima de sua produção total.

A promessa de fornecer 40 milhões de doses à Covax, uma parceria com o intuito de distribuir vacinas nos países pobres, representa apenas 2% das 2,5 bilhões de vacinas com previsão de produção neste ano. Além disso, a empresa se coloca claramente no debate público em oposição à liberação das patentes e da propriedade intelectual.

O presidente da empresa prevê uma demanda estável para a vacina nos próximos anos, como acontece com a vacina da gripe, o que, segundo a Pfizer, pode impulsionar suas receitas por anos.

“É nossa esperança que a vacina Pfizer-BioNTech continue a ter um impacto global, ajudando a manter a pandemia devastadora sob controle e ajudando as economias ao redor do mundo não apenas abertas, mas permanecer abertas”, afirmou.

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